Eles protestam contra a PEC 205 e pedem demarcação de terras.
Somente o tráfego de veículos para atendimento de urgência é liberado.
Índios das tribos Pataxó e Tupinambá ocupam um trecho da BR-101, no extremo sul da Bahia, desde as 5h desta quinta-feira (3). Este é o segundo dia de protestos dos indígenas, que são contra a PEC 205 e pedem agilidade na decisão do Ministério da Justiça em relação à demarcação de terras.
Cerca de 800 pessoas impedem o tráfego na região, liberando apenas a passagem de veículos para atendimento de emergência, como ambulâncias e viaturas. Os manifestantes ocupam a rodovia com faixas e fazem danças típicas das tribos, informou um dos líderes do movimento, Juari Brás, da tribo Pataxó.
“Liberamos ontem às 19h e hoje ocupamos novamente. Hoje não tem negociação até vir uma posição da esfera federal. É uma mobilização nacional, que também acontece em outros estados”, afirma Juari.
Às 9h, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que um congestionamento de cerca de 2 km se formava na região do protesto. A polícia diz ainda que o ato é pacífico.
Mobilização
A série de manifestações foi iniciada por volta das 6h de quarta-feira. De acordo com a polícia, a mobilização ocorreu no km-794 da rodovia federal, próximo à cidade de Itamaraju. Os manifestantes ocuparam as faixas da rodovia e colocaram pedaços de madeira, mas não atearam fogo em objetos.
A questão principal dos índios é lutar contra a PEC 205, que altera as regras para demarcações de terras indígenas. Pelo texto da Proposta de Emenda à Constituição, as demarcações deveriam ser aprovadas pelo Legislativo.
Hoje, ficam a cargo exclusivamente do poder Executivo. Mais de mil índios realizam manifestação no Congresso Nacional, em Brasília, também nesta quarta-feira.
A PEC 215 tramita na Câmara Federal, em Brasília. A proposta, alvo de críticas dos índios, retira do governo federal a autonomia para demarcar terras indígenas, de quilombolas e zonas de conservação ambiental. Pelo texto, caberá ao Congresso Nacional aprovar proposta de demarcação enviada pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Atualmente, o Ministério da Justiça edita decretos de demarcação a partir de estudos feitos pela Funai.
Fonte: G1