O segundo dia de julgamento do assassinato do radialista Ronaldo Santana entrou na noite de terça-feira (15), se encerrando por volta das 21h. A tarde e a noite foram reservadas para a defesa dos réus Paulo Dapé, Valdemir Batista Oliveira, Antônio Oliveira Santos e a mãe de santo Maria Sindoiá.
Os advogados Igor Saulo, Antônio Pitanga e Fabrício Frieber, foram contundentes em negar a existência de provas contra os acusados Maria Sindoiá, Valdemir Batista Oliveira e Antônio Oliveira Santos.
Os defensores destacaram que se não há a prova da existência do cheque de R$ 500,00 e da transferência de R$ 700,00, que, segundo o Ministério Público, fizeram parte do valor pago para que Ronaldo Santana fosse assassinado, como consta na denúncia do Ministério Público Estadual.
Os advogados Maurício Vasconcelos, Aloísio Freire e Milton se revezaram na desqualificação da acusação que pesa contra Paulo Dapé, prefeito do município à época em que o radialista foi morto. Eles reforçaram a falta de provas e a fragilidade da acusação do ex-policial Militar Paulo Sérgio Mendes Lima, já condenado a 19 anos de prisão.
“O Paulo Sérgio se retratou várias vezes dessa acusação. Ele, inclusive, negou que tenha estado como Paulo Dapé em seu escritório, como acusa o Ministério Público”, destacou Maurício Vasconcelos.
Todos os advogados de defesa negaram a acusação do Ministério Público de que os acusados adotaram todas as medidas possíveis para que o julgamento não acontecesse. “O que fizemos foi questionar a marcação de um júri sem provas. As medidas que tomamos estão dentro da lei. Não fizemos nada ilegal”, destacou Vasconcelos.
Neste terceiro dia de julgamento devem ocorrer os debates entre os representantes do Ministério Público e os advogados que defendem os quatro réus. Logo após, os sete jurados devem se reunir para decidir a sentença.
Paulo Sérgio Mendes Lima, condenado em 2002, após desmembramento do processo, aponta Paulo Dapé e os outros quatro réus, que época integravam o primeiro escalão do governo municipal, como autores mandantes do assassinato. Ronaldo Santana, que tinha 38 anos, foi morto em outubro de 2007 a caminho do trabalho na Rádio Jornal de Eunápolis, onde apresentava um programa jornalístico de fazia muitas denúncias contra o prefeito.
MP PEDIU CONDENÇÃO DOS QUATRO – Na terça-feira (15), os promotores de justiça Ariomar da Silva e Luiz Ferreira Neto pediram a condenação de Paulo Dapé como mandante e os outros três réus com partícipes.
Para o promotor Ariomar da Silva, há provas contundentes contra os quatro, que teriam atuado na intermediação, pagamentos, empreitada do homicídio e outros foram os autores materiais. “Vamos fazer nosso papel, mas a comunidade de Eunápolis, através dos sete jurados aqui, vai dizer se o caso comporta absolvição ou condenação. Temos nos autos elementos suficientes para condenação”, afirmou Ariomar.
Fonte: Radar64