Acusados da morte do radialista Ronaldo Santana são absolvidos

Acusados da morte do radialista Ronaldo Santana são absolvidos
Juiz Otaviano Andrade Sobrinho proferiu a sentença às 14 horas de hoje. Foto OSollo

O júri popular que começou na segunda-feira, 14 de maio, deu hoje, quarta-feira (16), seu veredicto: inocentes! Ao ler o voto de quatro jurados, o juiz Otaviano Andrade Sobrinho proferiu a sentença, pois o resultado já era 4 a 0 para inocentá-los, de um total de sete votos.

Em 9 de outubro de 1997 mais uma voz da nossa frágil liberdade de imprensa foi calada. Até então, a execução do radialista Ronaldo Santana é apenas uma triste e preocupante estatística de crimes sem solução, em que a impunidade é o mote das conversas, as quais relatam que os supostos culpados estão sem julgamento quase 22 anos depois do crime que abalou a Comunicação baiana, sobretudo no Extremo Sul.

O ex-policial militar Paulo Sérgio Mendes Lima foi julgado, condenado e cumpriu pena, ele foi quem apontou o ex-prefeito Paulo Dapé, Valdemir Batista de Oliveira, o vereador Dudu, o advogado Antônio Oliveira Santos (Toninho da Caixa, porque na época ocupava o cargo de gerente da CEF), e a sacerdotisa Maria José Ferreira Souza, conhecida como Maria Sindoiá como mentores intelectuais do assassinato do radialista, que era um crítico ferrenho do governo municipal.

Na terça-feira (15), os promotores de justiça Ariomar da Silva e Luiz Ferreira Neto pediram a condenação de Paulo Dapé como mandante e os outros três réus com partícipes.

Para o promotor Ariomar da Silva, há provas contundentes contra os quatro, que teriam atuado na intermediação, pagamentos, empreitada do homicídio e outros foram os autores materiais. “Vamos fazer nosso papel, mas a comunidade de Eunápolis, através dos sete jurados aqui, vai dizer se o caso comporta absolvição ou condenação. Temos nos autos elementos suficientes para condenação”, afirmou Ariomar.

A defesa arguiu que não havia provas contundentes de que seus clientes tinham ligação no caso, e que Ronaldo tinha muitos inimigos, já que realizava muitas denúncias.

Os advogados Igor Saulo, Antônio Pitanga e Fabrício Frieber, foram contundentes em negar a existência de provas contra os acusados Maria Sindoiá, Valdemir Batista Oliveira e Antônio Oliveira Santos.

Os defensores destacaram que se não há a prova da existência do cheque de R$ 500,00 e da transferência de R$ 700,00, que segundo o Ministério Público, fizeram parte do valor pago para que Ronaldo Santana fosse assassinado, como consta na denúncia do Ministério Público Estadual, não há a tese de acusação apresentada pelos promotores.

Os advogados Maurício Vasconcelos, Aloísio Freire e Milton Jordão se revezaram na desqualificação da acusação que pesa contra Paulo Dapé, prefeito do município à época em que o radialista foi morto. Eles reforçaram a falta de provas e a fragilidade da acusação do ex-policial Militar Paulo Sérgio Mendes Lima, já condenado a 19 anos de prisão.

“O Paulo Sérgio se retratou várias vezes dessa acusação. Ele, inclusive, negou que tenha estado com Paulo Dapé em seu escritório, como acusa o Ministério Público”, destacou Maurício Vasconcelos.

Com informações Radar64

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