Eunápolis: começa o Júri Popular do caso “radialista Ronaldo Santana”

Eunápolis: começa o Júri Popular do caso "radialista Ronaldo Santana"
Radialista Ronaldo Santana, assassinado em outubro de 1997. Foto reprodução internet

Depois de sucessivos adiamentos, teve início, por volta das 8h52 da manhã desta segunda-feira (14), o julgamento do ex-prefeito Paulo Dapé, e dos então servidores comissionados da prefeitura, Valdemir Batista de Oliveira (atualmente vereador), o advogado Antônio Oliveira Santos (Toninho da Caixa) e a sacerdotisa Maria José Ferreira Souza, a Maria Sindoiá.

No ano de 2002, o ex-policial militar Paulo Sérgio Mendes Lima foi julgado e condenado. Na ocasião, ele apontou os acusados como contratantes do crime.

Ronaldo Santana, que apresentava um programa na Rádio Jornal de Eunápolis, onde fazia duras críticas à administração do então prefeito Paulo Dapé, foi morto com quatro tiros, na presença do filho Márcio Alan, então menor de idade, quando se deslocava para o trabalho na manhã do dia 9 de outubro de 1997. O assassinato comoveu a cidade e ganhou repercussão nacional.

A previsão é que o júri, realizado no fórum da cidade, no bairro Dinah Borges, dure em torno de três dias.

Maurício Vasconcelos procurou logo desqualificar a acusação de Paulo Sérgio Mendes Lima, que já cumpriu a pena. “Posso adiantar que o Paulo Sérgio tem sete versões diferentes para o mesmo fato. Vamos negar, com todo vigor, a participação de Paulo Dapé neste evento que tanto chocou a comunidade de Eunápolis”, assegurou.

O advogado de Antônio Oliveira disse que o único fato que o liga ao crime é a emissão de cheque no valor de R$ 500,00, que teria sido pago ao pistoleiro. “Esse cheque não foi juntado aos autos porque não existe essa prova. Foi requisitado ao banco naquele período apontado na denúncia. Desde 2013 a gente vem tentando realizar esse júri. É a forma de esclarecer a verdade do que aconteceu”, informou o advogado Fabrício Frieber.

Para o advogado Igor Saulo, que atua na defesa de Maria Sindoiá, todo o processo foi forjado, numa perspectiva de condenar pessoas inocentes. “O Ministério Público não trouxe qualquer prova concreta. Hoje é o dia de provar a inocência, não só dela, mas de todos os acusados. O processo vem sendo conduzido há mais de 20 anos de forma política, numa forma de envolver pessoas inocentes. Hoje é o dia de se decretar justiça e a justiça é com a absolvição”, declarou Igor.

Já advogado Antônio Pitanga, que defende Antônio Batista de Oliveira, o Dudu, assegurou que os autos apontam para um único caminho: “que Valdemir Batista de Oliveira, meu cliente, não tem nada a ver com os fatos. A sociedade de Eunápolis tem hoje a oportunidade de por fim a uma grande mentira que foi criada e é sustentada há mais de 20 anos”, finalizou Pitanga.

O promotor de justiça Luiz Ferreira Neto – que atua na acusação juntamente com o também promotor Ariomar da Silva, diz que, em caso de condenação, a decisão se os réus devem sair já presos do fórum vai caber ao juiz que preside o julgamento, Otaviano Andrade Sobrinho. Ele diz que esse primeiro dia de júri será importante para o Ministério Público formar sua convicção.

“Hoje é um dia de oitivas, que vão ajudar a formar nossa convicção. Os argumentos que formamos até agora podem ser modificados ao longo dessas oitivas. Nos debates, a tese do Ministério Público vai ficar mais clara”, disse.

Até o início do júri, a reportagem não encontrou nenhum familiar de Ronaldo Santana no fórum. Quando foi morto, ele era casado com dona Manoela, com que teve o filho Márcio Alan, que hoje trabalha em uma empresa da cidade.

Fonte: Radar64

Entenda o caso:

Júri Popular do caso “radialista Ronaldo Santana” está marcado para segunda (14/5)

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