Formado pela união política de quatro nações – Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte –, o Reino Unido agrega muita história e agora que assisto na Netflix a série “The Crown” sobre a família real, entendi porque o príncipe Charles é príncipe de Gales.
Mostra um período em que a coroa não conhecia as raízes dos galeses, havendo revoltas e a rainha, num ato sábio, há quem confunda Deus com o destino, tira Charles de Cambridge e manda por seis meses para o País de Gales para aprender galês. Mostra a solidão
da coroa, o melhor para a solidão é o meio termo, para os mortais comuns, nem estar fora do mundo nem no meio dele. O ruído externo às vezes é preciso para aturdir e distrair o espírito. Também a solidão tem suas dores, e fundas; também ela abala o coração, mas a solidão mostrada na série do príncipe Charles é total, até a mãe não tem sensibilidade com ele.
Todos os seus erros, todas as suas vitórias, todos os seus defeitos poderiam ser redimidos pela simples graça da luz de um olhar, mas ela dá as costas num momento tão especial da vida dele, ele tem uma forma de ver o mundo diferente dela. Tentou esquecer o assunto, da conversa com a mãe, mas, para seu horror, descobriu que simplesmente não podia. E, quanto mais ele pensava, mais sofria. Acredito que para a rainha a dissimulação é um dever, e a sinceridade um perigo.