O desafio de obedecer

“Então disse Deus: Tome seu filho, seu único filho, Isaque, a quem você ama, e vá para a região de Moriá. Sacrifique-o ali como holocausto num dos montes que lhe indicarei.” (Gênesis 22.2) 

O pedido de Deus talvez não tenha soado tão estranho a Abraão quanto soa a nós. Já no tempo de Abraão havia os seguidores de deuses a quem sacrifícios humanos eram oferecidos. Mas, quanto mais nos afastamos dos dias de Abraão, tanto mais chocante e difícil de compreender é esse pedido de Deus. E por isso devemos ter cuidado para não tirarmos conclusões muito rápidas ou simplistas. Quanto a mim, só não caio em crise porque sei o final da história: Deus poupou Isaque. De certa forma, olhando assim, de longe, penso que, de qualquer maneira Isaque seria poupado. Caso Abraão se negasse a entrega-lo, não creio que Deus viesse a matar Isaque em represália. E, uma vez que se dispôs a entregar, Deus o poupou, pois o que queria não era o sacrifício, mas a obediência. Conhecendo o fim da história fica fácil conjecturar e é apenas uma conjectura. 

Mas é fato que as Escrituras nos conduzem à compreensão de que Deus quer nossa obediência e não nossos sacrifícios (1Sm 15.22). É pela obediência a Deus que nos tornamos protagonistas na história da salvação, nos planos divinos para os seres humanos. Isso diz respeito à nós e a outras pessoas! Foi pela obediência que Abraão tornou-se exemplo de fé para as gerações futuras e tipificou o sacrifício de Jesus: assim como um cordeiro substituiu Isaque, Jesus nos substituiu na cruz! O pedido de Deus a Abraão não chocou o patriarca pois em sua perspectiva Deus tinha direito à vida e poderia pedir a morte. Mas nem por isso seria fácil, pois Isaque representava o futuro e a promessa que levou Abraão a deixar sua terra e seus parentes (Gn 12.1-2). Ele saiu da sua terra, faltava Deus fazer dele uma grande nação e Isaque representava essa parte da história. 

Abraão tinha bons motivos para argumentar, mas impressiona sua disposição para obedecer. Ele parece colocar-se verdadeiramente na posição de servo e reconhecer completamente a posição de Deus como Senhor. Hoje temos um pouco mais de dificuldades com Deus – ou Deus conosco! Queremos uma relação de fé melhor negociada. Exigimos um pouco mais de explicações. Pessoalmente tenho me beneficiado da paciência de Deus com este meu jeito pós-moderno de crer. Mas reconheço que preciso também ser menos egoísta, menos presunçoso e, pela fé, estar mais disposto, como Abraão, a obedecer. Abraão não negou a Deus o próprio filho. E eu, envergonhado devo admitir que, por muito menos, faço o que quero e não o que Deus quer. Não sei você, mas diante da história de Abraão fica claro para mim: preciso aprender a obedecer!

 

ucs

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