“O Senhor diz: Esse povo se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. A adoração que me prestam só é feita de regras ensinadas por homens.” (Isaías 29.13)
Este texto da profecia de Isaías é uma avaliação que Deus estava fazendo da espiritualidade dos hebreus (para não dizer um juízo); e as coisas não iam bem. Eles falavam orações e cantavam músicas, mas não viviam verdadeiramente sua fé. O coração deles não era agradável aos olhos de Deus. O que Deus falou com eles nos serve de parâmetro para que pensemos sobre nossa espiritualidade. Não basta irmos ao templo, estarmos ligados a uma igreja, lermos a Bíblia, realizarmos momentos devocionais, orarmos, ofertarmos… pois Deus olha o que há em nosso coração. É preciso mais que isso!
A fé cristã exige que nossos lábios e nosso coração estejam em sintonia. Não serve apenas sermos capazes de falar corretamente as verdades cristãs e dizer que acreditamos nelas! Não basta nos sairmos bem no cumprimento de regras humanas, fazendo o que as pessoas esperam de nós. A fé cristã é mais exigente, nos fala do Reino de Deus cujos parâmetros são bem elevados. Podemos dar conta das regras dos homens, mas da vida no Reino, somente se formos guiados pelo Espírito de Deus. Com Ele, pela graça de Cristo, podemos. E nossa espiritualidade será do tipo “vida no Reino” e não apenas “fé religiosa”.
A vida no Reino é diferente da fé religiosa. Na vida no Reino vivemos para Jesus e pelas regras. Dependemos dele em lugar de confiar em nós mesmos. O Espírito Santo nos ajuda, nos ensina e nos faz lembrar tudo que importa. Ele nos guia em toda verdade e sua obra em nós produz vida e mudanças. Ele nos livra da culpa e do desespero. Não sei o que lhe disseram sobre a vida cristã, mas ser cristão é viver no Reino de Deus e ouvir o “eu porém digo a vocês” de Jesus. É diariamente se encantar com o “vá e faça o mesmo” de Cristo e sentir-se tão amado ao ponto de não temer dizer “não” a si mesmo para atender ao “vinde após mim” do Mestre. Se Jesus não tivesse realizado tudo (“está consumado”), não poderíamos fazer nada! Mas agora podemos. Podemos tudo naquele que nos fortalece!