A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) promoveu na segunda (25), um encontro do Governo do Estado com a Comissão de Juventude do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (Mupoiba). O fortalecimento de políticas públicas voltadas aos povos originários foi tratado no encontro, em que foram também discutidas a possibilidade de criação de um programa de apoio à juventude indígena e a realização de campanhas de conscientização e valorização cultural, além de ações de defesa de direitos do segmento.
O grupo de jovens foi recebido pelo chefe de Gabinete da SJDH, Raimundo Nascimento; pelo coordenador Geral de Políticas para a Juventude do Estado da Bahia, Nivaldo Millet; representantes da Superintendência de Apoio e Defesa dos Direitos Humanos (SUDH/SJDH); das secretarias de Segurança Pública (SSP); de Promoção da Igualdade Racial e Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi). Integrada pelo Conselho Estadual de Juventude (Cejuve) e pelo Conselho de Juventude Indígena da Bahia (Cojiba), a Comissão de Juventude teve representantes dos povos Pataxó (Extremo Sul da Bahia), Tupinambá de Olivença (Sul da Bahia), Tapuia (Oeste baiano) e Tumbalalá (Norte da Bahia).
Questões relativas à demarcação de territórios e a construção de uma agenda de formação não ficaram de fora na reunião realizada na SJDH com as lideranças indígenas. Segundo o representante do Conselho da Juventude da Bahia, João Payayá, a reunião com a SJDH é resultado de demandas apresentadas pelas comunidades em atividades territoriais realizadas com a juventude indígena da Costa do Descobrimento, do Norte, Oeste, Extremo Sul, Sul e Baixo Sul baiano.
“O objetivo principal deste encontro é a construção de um curso de formação para a juventude indígena nas áreas de Direitos Humanos, Cidadania e de formação em justiça básica. A intenção é que essas lideranças jovens possam se tornar lideranças territoriais atuantes e eficientes, detentoras de conhecimento para a luta indígena”, informou Payayá.
O chefe de Gabinete da SJDH destacou a importância de um trabalho integrado com outras secretarias e órgãos de Governo para fortalecer o processo de luta das comunidades indígenas. “Queremos sentar e construir juntos este plano de ações. As Caravanas de Direitos Humanos têm um papel fundamental nesta luta e já vêm atuando dentro das comunidades quilombolas, indígenas e de assentamentos. Para ampliarmos ainda mais essa atuação, faremos uma forte articulação envolvendo a Cojuve, Sepromi, SJDH, SSP e todos os órgãos relacionados com a agenda”, enfatizou Nascimento.
João Payayá destacou que o diálogo com a SJDH é muito importante para pensar na construção de políticas públicas para a Juventude Indígena na Bahia, sobretudo, no que diz respeito a sanar situações de violência dentro dos territórios, a exemplo da inserção do crime organizado e de conflitos territoriais. “É fundamental nos reunirmos hoje, aqui, porque é a juventude que está à frente, muitas vezes, dos processos de retomada e de defesa dos territórios junto com as lideranças”, concluiu.