Vocacionados para amar

“Abençoem aqueles que os perseguem; abençoem, e não os amaldiçoem. Alegrem-se com os que se alegram; chorem com os que choram. Tenham uma mesma atitude uns para com os outros. Não sejam orgulhosos, mas estejam dispostos a associar-se a pessoas de posição inferior. Não sejam sábios aos seus próprios olhos.” (Romanos 12.14-16)

Reações pode ser o grande calcanhar de Aquiles de todos nós. Um das dificuldades em ter reações adequadas é, justamente, o fato de ser a reação uma ação que adotamos como resposta nem sempre pensada e, muitas vezes, puramente emocional. Por não ser uma ação originária, mas derivada, temos a tendência a pensar que o que a causou a justifica. Ou seja: se fomos agredidos, podemos agredimos; se fomos desrespeitados, temos o direito de desrespeitar. Bateu, levou! Mas a fé cristã nos propõe um caminho diferente. Um caminho inspirado em Jesus, e não no senso comum. Um estilo de vida orientado por princípios, em que, antecipadamente, decidimos as atitudes e as reações que teremos em nosso dia a dia. Como seguidores de Cristo, o princípio mestre da vida é o amor.

Dele, todos os demais devem derivar. Na vida cristã o amor é a ação fundamental que deve produzir suas próprias reações. Ao lidar com aqueles que nos tratam como inimigos, devemos trata-los como a amigos! Inspirados pelo amor, não podemos nos acomodar à inveja que nos impedem de nos alegrar com os que se alegram e muito menos abrigar a maldade ou o ressentimento que nos levam a celebrar o fracasso do nosso próximo. Isso contaminaria nosso coração e o distanciaria do coração do nosso Mestre! Por amor, devemos desenvolver a virtude de nos alegrar com os que se alegram e de chorar com os que choram. Companheirismo! Amizade e compaixão. É esse nosso chamado, nossa vocação. Diante de um mundo sem amor, sermos amorosos, bondosos e cheios de graça, como nosso Mestre.

Nos círculos eclesiásticos fala-se muito em vocação, mas geralmente ignoramos a vocação para amar. E, se fracassamos nessa vocação, que é central, como poderemos cumprir qualquer outra? Facilmente seremos corrompidos pelo orgulho no cumprimento das demais vocações, e fracassaremos, ainda que tenhamos sucesso. A falta de amor nos leva a julgar, discriminar e desprezar, em lugar de servir. Ela é o indicador e a medida de nosso relacionamento com Cristo: quanto mais amor demonstramos, mais próximos estamos de Cristo! Portanto, antecipadamente, abracemos a missão de amar e aproveitemos cada encontro, circunstância e incidente para amar. Jamais justifiquemos nossas reações desamorosas. Devemos confessá-las a Deus como pecados e pedir perdão. Um cristão ama e jamais acomoda-se até que ame como tem disso amado por Deus.

 

ucs

 

 

 

 

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