Veracel comemora 20 anos com os olhos voltados para o futuro

A Veracel Celulose comemorou seus 20 anos de existência, no dia 14 de julho, com uma grande festa na fábrica localizada em Eunápolis. A solenidade contou com a presença do governador Jaques Wagner, entre outras autoridades políticas e empresariais, e marcou a assinatura do Pacto para o Desenvolvimento da Costa do Descobrimento, que prevê investimento aproximado de R$ 9 milhões até 2015 nos dez municípios de atuação da Veracel. Com investimento de R$ 3,1 bilhões, a fábrica da Veracel Celulose iniciou suas operações industriais em maio de 2005, mas as primeiras mudas de eucalipto da base florestal já haviam sido plantadas em 1992. Considerada uma das mais modernas produtoras de celulose do mundo, a Veracel tem o seu controle acionário dividido entre a brasileira Fibria e o grupo suecofinlandês Stora Enso, ambas com 50% de participação. A empresa, que possui as certificações ISO 14000, Cerflor e Forest Stewardship Council (FSC), está presente, atualmente, em dez municípios baianos – Eunápolis, Canavieiras, Belmonte, Guaratinga, Itabela, Itagimirim, Itapebi, Mascote, Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, ocupando uma área total de 211.676 hectares. Em 2010, a Veracel produziu 1,085 milhão de toneladas de celulose e está em processo de licenciamento ambiental para a expansão de sua produção em mais 1,5 milhão de toneladas/ano.

Geração de empregos

Além de movimentar a economia local, a Veracel contribui para a geração de renda e emprego. Somente na região do Extremo Sul, é responsável por mais de três mil empregos diretos. A maior parte das vagas é ocupada por profissionais nascidos ou que moram nos municípios vizinhos à fábrica. No ano passado, a Veracel investiu aproximadamente R$ 180 milhões na contratação de serviços locais e outros R$ 68 milhões em compras feitas na região – 68% de todas as compras foram feitas na Bahia. Além disso, a empresa promoveu uma série de investimentos em infraestrutura, em conjunto com os municípios e com o Estado, e tem incentivado a profissionalização do trabalho no campo, o desenvolvimento do associativismo e da agricultura familiar.Nos dez municípios em que há atuação da Veracel Celulose, o percentual de pessoas que vivem no campo é de 21%, superior ao índice nacional, que é de 15,65%.

Críticas e denúncias

A reboque da expansão econômica, questionamentos sociais e ambientais também ganharam projeção. Ao longo de sua história, a Veracel tem sido alvo frequente de críticas e denúncias tanto por parte do Ministério Público da Bahia quando de entidades ambientalistas e de movimentos sociais.

Ação ambiental

Apesar das críticas, a Veracel garanteque cumpre a legislação e que tem buscado aprender e ouvir as comunidades, criando espaço para o diálogo e ambiente favorável para a construção de soluções sustentáveis.

A operação da fábrica inaugurou um processo de produção integrado que utiliza equipamentos de alta tecnologia com o objetivo de causar mínimos impactos ambientais. Além disso, a empresa destina metade de suas terras – 105 mil dos 211 mil hectares – à preservação e restauração dos fragmentos de Mata Atlântica existentes na região.

Na produção, a fábrica devolve a água utilizada no processo industrial, devidamente tratada, em ponto anterior ao local que a coleta. Além disso, mais de 82% do resíduo gerado na fabricação da celulose são reciclados. Parte é utilizada para gerar a energia que movimenta a fábrica, parte é transformada em corretivos de acidez de solo e fertilizantes agrícolas, e outra parte é comercializada como matéria prima para as indústrias de cerâmica e de papel.

Pacto para o Desenvolvimento

Buscando o desenvolvimento sustentável, a Veracel e o governo do Estado assinaram o Pacto para o Desenvolvimento da Costa do Descobrimento. O projeto utiliza o incentivo à exportação, previsto na chamada Lei Kandir, que gera créditos de ICMS para empresas exportadoras como fator indutor do desenvolvimento. Por meio desse acordo de cooperação público-privada, serão investidos 25% do valor total de créditos acumulados anualmente pela empresa. “Nós temos em crédito acumulado em torno de R$ 100 milhões. Estamos fazendo um primeiro acordo com o governo da Bahia relativo aos créditos que são gerados anualmente, alocando 25% desse saldo, que a Veracel poderia vender como papel no mercado, para investimentos sociais”, explicou Sergio Alipio.

História

As primeiras aquisições de terras no Sul da Bahia, em 1991, marcaram o início das atividades da Veracruz Florestal como subsidiária da Odebrecht, abrindo um ciclo de desenvolvimento que iria mudar a história da região Sul da Bahia. A plantação de eucaliptos teve início no ano seguinte, mas somente em 1996 foi obtida a licença ambiental para a construção da fábrica de celulose em Eunápolis. Em 1998, após a associação entre a Odebrecht e a sueca Stora – ocorrida em 1997 -, a Veracruz Florestal passou a se chamara Veracel Celulose. No ano seguinte, a sueca Stora se fundiu com a finlandesa Enso. Em 2000, a Aracruz entrou no empreendimento, ao mesmo tempo em que a Odebrecht reduziu sua participação na Veracel, deixando a sociedade em definitivo em 2002.

O aniversário de dez anos, em 2001, foi marcado pelo início da construção do Terminal Marítimo de Belmonte (TMB), que entraria em operação no ano seguinte, e das operações de colheita florestal. A fábrica começou a ser construída em 2003 e foi inaugurada em 2005. Seguindo a trajetória de expansão, em 2007 foi ampliado e modernizado o viveiro de produção de mudas de eucaliptos. Em 2008, a Veracel iniciou o processo de licenciamento ambiental para a construção de uma nova fábrica. No ano seguinte, obteve licença para ampliar de 900 mil para 1,2 milhão a capacidade de produção da atual fábrica. Nesse mesmo ano, foi criada a Fibria, fruto da associação entre Aracruz Celulose e Votorantim Celulose e Papel.

“A comemoração desses 20 anos é a realização de um sonho de muita gente e que abriu a oportunidade de crescermos na geração de renda, na geração de emprego, na geração de impostos e de infraestrutura”, salientou o presidente da Veracel, Antonio Sergio Alipio. “A Bahia teve ciclos de desenvolvimentos, como da madeira e do cacau. A produção de celulose não é um ciclo, mas uma atividade perene, pois essa fábrica não tem a menor possibilidade de ser retirada daqui”, afirmou.

Alípio destacou o desafio de implantar uma empresa do porte da Veracel em uma região que, na época, não tinha tradição em silvicultura. “Vencemos o desafio de fazer uma indústria de grande porte, que é referência no mundo em termos de ecoeficiência, de produtividade e de produção, num lugar onde não existia a tradição de formação de florestas”, disse Alipio.

Oscar Artaza, secretário executivo do Fórum Florestal

Diálogo construtivo

Em um empreendimento do porte da Veracel, é importante criar vínculos com as comunidades. Em 2007, a empresa iniciou uma atividade de formação de Redes Sociais, que se tornaram um canal de diálogo entre a empresa e as comunidades da área de abrangência da empresa.

Outro espaço de diálogo é o Fórum Florestal, que reúne entidades da sociedade civil – ambientalistas ou comunitárias – interessadas em conversar com representantes das empresas de papel e celulose em torno de uma gama variada de assuntos. O papel principal do Fórum é facilitar a aproximação entre as empresas e a comunidade, promovendo um clima adequado para o entendimento entre as partes e resultando em benefícios para toda a sociedade.

De acordo com Oscar Artaza, secretário executivo do Fórum Florestal, durante os debates surgem oportunidades que as empresas aproveitam de forma positiva em benefício das comunidades. “Por exemplo, do debate sobre o afastamento dos plantios de eucalipto das proximidades de casas e infraestruturas comunitárias surgiu o acordo do recuo dos plantios, que estabeleceu diretrizes em relação à distância mínima de residências, cemitérios, escolas e vilas”, explicou. Este acordo vem permitindo que comunidades como Ponto Central, no município de Santa Cruz Cabrália, desenvolvam na área que antes era ocupada por eucaliptos a agricultura familiar, acrescentou.

O Fórum Florestal também está preocupado, dentre outros aspectos, com o desmatamento provocado pela produção de artesanato. Uma alternativa que vem sendo testada com sucesso é a substituição da madeira nativa pelo eucalipto, disse Artaza. “Atualmente, mais de 112 famílias de artesãos dos municípios de Itabela, Santa Cruz Cabrália, Mascote, Mucuri e Itaúnas estão se beneficiando com esta iniciativa, que conta com o apoio da Veracel, Fibria e Suzano. Outras oportunidades que surgem estão relacionadas à restauração da Mata Atlântica, formação de corredores ecológicos e proteção de nascentes e encostas”, acrescentou.

Cecília Nakamura, presidente da CDL de Porto Seguro

Somente entre os funcionários da Veracel que vivem em Porto Seguro, a massa salarial chega a R$ 2 milhões mensais, que movimentam o comércio local e atraem para o município outros empreendimentos para atender a demanda desses executivos. “Com a Veracel também tivemos um crescimento na qualidade dos supermercados, das escolas e, inclusive,do serviço público”, observou a presidente da CDL de Porto Seguro, Cecília Nakamura. “Esses R$ 2 milhões representam uma parcela pequena do total de funcionários da Veracel, cerca de 400, o que significa que são funcionários de poder aquisitivo elevado e que, por isso, também investem em cultura, que significa escola e cursos de inglês, de Kumon, de música, de tênis”, explicou.

José Marcos Alves Trindade, presidente da CDL de Eunápolis

Em Eunápolis, o impulso econômico gerado ao longo desses 20 anos da Veracel também fica evidente nos mais variados setores. “Antigamente só tínhamos a pecuária e a extração madeireira, e agora temos um empreendimento de grande porte que atrai até empresas do exterior”, destacou o presidente da CDL de Eunápolis, José Marcos Alves Trindade.

 

 

Leandro Henrique Mosello Lima, advogado

“Recentemente tivemos um dado expressivo indicando o aumento de 400% na arrecadação de ICMS em Eunápolis, e se projetarmos isso na linha de tempo veremos que está diretamente vinculado à implantação e ao início das atividades de produção da Veracel”, observou o advogado Leandro Henrique Mosello Lima, que tem uma empresa que presta assessoria jurídica à Aspex (Associação dos Produtores de Eucalipto do Extremo Sul da Bahia).

Segundo ele, o Programa Produtor Florestal, desenvolvido pela Veracel, é uma prova de repartição e de compartilhamento dos resultados desse empreendimento com produtores locais. “Sabemos que a Veracel é uma das empresas mais auditadas do Brasil e passa pelo crivo das maiores certificadoras do mundo. Assim, obriga que todo o produto que chega à linha de produção para a celulose seja ambientalmente correto. Com isso se cria um ciclo virtuoso onde o resultado econômico fica na região, as propriedades são constantemente auditadas para cumprirem os requisitos ambientais e se preserva o remanescente da floresta natural”, afirmou.

Manassés Ribeiro, presidente da Proden

O presidente da Proden (Associação Empresarial Pró-desenvolvimentista do Extremo Sul da Bahia), Manassés Ribeiro, destacou que a chegada da Veracel, 20 anos atrás, com um modelo sustentável de plantio de eucalipto, alavancou a economia local, o número de empregos e o número de empresas. “Passamos a ter um modelo econômico mais sustentável, respeitando o meio ambiente e, acima de tudo, o ser humano”, comentou.

Com sede em Eunápolis, a Proden reúne hoje 11 empresas prestadoras de serviço da área de plantio de eucalipto e produção de celulose. Essas empresas somam em torno de 2.600 empregados, sendo que 98% ou 99% deles são nativos e 100% moram na região. “A Prodem distribui em torno de 2.300 cestas básicas. Compramos no comércio local aproximadamente R$ 100 milhões por ano e transferimos em impostos para a União, estado e municípios da região em torno de R$ 60 milhões por ano”, informou.

Veja esta notícia também nas páginas 12 e 13 da edição impressa do Jornal o Sollo seguindo  este link

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