Uma questão de sensatez

“Aos seus olhos é inútil temer a Deus.” (Romanos 3.18)

Paulo cita aqui o salmo 36.1 e, diante do que afirma Provérbios 1.7 (“o temor do Senhor é o princípio da sabedoria, mas os insensatos desprezam a sabedoria e a disciplina”), deduzimos que o apóstolo está definindo a insensatez. Deus não se impõe ao ser humano, que é livre para excluí-lo de suas preocupações. Porém essa liberdade não nos dá o poder de fazer Deus não existir. É insensatez pensar que a liberdade de chutar uma rocha trás consigo o poder de tornar a rocha macia de modo a não machucar o pé. Um dia nos veremos diante de Deus, independente da fé.

O texto citado por Paulo fala do sentido prático do temor a Deus, da “utilidade” dessa experiência de fé. Não podemos provar a existência e nem a inexistência de Deus. Mas podemos verificar os resultados produzidos na vida e pela vida de quem teme (crê) e de quem não teme (não crê) a Deus. Olhe para você e olhe à sua volta. Procure discernir como é viver pela fé em Deus. Como os que temem a Deus lidam com dores, conflitos, tragédias, perdas, poder, dinheiro, prazer e, inclusive, a morte. E como os que não temem enfrentam as mesmas coisas? É inútil temer a Deus?

Certamente que não. É, sim, insensatez pensar que o temor a Deus é inútil. A vida pela fé em Deus nos chama a um estilo de vida cujos resultados práticos apontam para amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Um estilo de vida que edifica em nós a melhor pessoa que podemos ser. Cujo final é promissor, sem lamentos, culpas ou medos. Se para alguém não há utilidade em temer a Deus, para os que temem, há vida verdadeira num mundo cheio de falsificações.

 

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