“Antes, eu vivia sem a lei, mas quando o mandamento veio, o pecado reviveu, e eu morri. Descobri que o próprio mandamento, destinado a produzir vida, na verdade produziu morte.” (Romanos 7.9-10)
Algumas vezes alguém brinca: “não vou ao médico. Estou bem e se eu for é bem provável que volte de lá com alguma doença!” Como se diz, seriamente ou de brincadeira, “a ignorância é uma benção”. Mas sabemos que, de fato, não é assim. Um médico não nos adoece e nem a ignorância é verdadeiramente uma benção, embora aparentemente possa tornar a vida mais fácil. Talvez o escrito paulino neste texto tenha alguma relação com essa forma de se expressar.
Tudo estava aparentemente muito bem, ele “vivia sem lei”, até que se viu diante do mandamento (ou lei) e então o pecado “reviveu”, ou seja, apareceu, “deu as caras”. A lei funcionou como aquele exame que nos diz que estamos doentes, ainda que não estejamos sentindo nada. Como algumas doenças, também o pecado pode ser assintomático, mas ainda assim é pecado. No caso de Paulo, o mandamento produziu morte em lugar de vida, declaração de culpa, em lugar de honra ao mérito.
O “eu” de Paulo é, na verdade, um “nós” que inclui toda a humanidade. Sob o exame da Lei estamos todos reprovados. Não conseguimos fazer o que ela afirma ser nosso dever. A saída de Paulo é também a nossa: o amor de Deus. Somos amados por Deus e Ele nos perdoa em Cristo. Por Sua graça podemos enfrentar o exame da Lei, admitir a culpa e receber o perdão. Não se trata de uma desculpa, mas de uma absolvição. Não é preciso negar o veredito da Lei. Mas é imprescindível buscar a graça que há em Cristo.