“Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1 Pedro 2.9)
As palavras de Pedro nos comunicam uma afirmação muito especial sobre o significado de ser um cristão. Elas reúnem imagens que foram pintadas ao longo do Antigo Testamento e que eram muito caras aos seus primeiros leitores. Eles, em sua maioria, eram pessoas simples. Pessoas que, bem certamente, jamais tiveram o direito de frequentar os melhores lugares no templo em Jerusalém. Muitas delas tendo sido desprezadas pelos líderes religiosos, sendo consideradas ignorantes sobre Deus e por Ele reprovadas. Mas Pedro os afirma como gente da mais estreita relação com Deus, amados por Ele e definitivamente ligados a Ele. Como deve ter sido revigorante para a fé daquelas pessoas ouvirem as palavras do apóstolo. Especialmente porque enfrentavam tempos difíceis e desafiadores.
Por tudo que Pedro recomenda em sua carta, seu primeiros leitores certamente compreenderam que as palavras do apóstolo não deveriam ser razão para vaidade ou orgulho. Se isso acontecesse, eles estariam trilhando o mesmo caminho dos fariseus e demais líderes religiosos a quem, tantas vezes, Jesus dirigiu repreensão e reprovação. Aquelas palavras foram escritas para fortalece-los, para que não se abatessem diante das lutas e sofrimentos que enfrentavam. Por mais que a vida os maltratasse, por mais que as pessoas os desprezassem, por mais que as coisas seguissem rumos indesejados e fossem desprezados, deveriam ter certeza de quem eram. E eram pessoas que pertenciam a Deus, presentes no mundo para serem sinais do Reino Eterno. Eles haviam sido reconciliados com Deus e sua vida agora estava ligada à vida de Deus. Tudo pela graça de Deus.
Esses são aspectos importantes da fé que nos foi comunicada por esses que primeiro a experimentaram. Em meio às nossas fragilidades e à multidão de vozes conflitantes sobre Deus, devemos saber quem somos por causa de Cristo. Podemos ter muito ou pouco. Podemos ser conhecidos ou anônimos. Deus sabe quem somos e nós devemos saber que somos dele. E isso não é razão para orgulho, mas para gratidão. Não é razão para presunção, mas para humildade. Somos frutos do amor e da graça de Deus e nos cabe demonstrar a todos o que significa ser um cristão. Cada um de nós, por causa do que Cristo fez, pode mostrar a outros pecadores que Deus ama, perdoa e dá novo sentido a história humana. Fomos envolvidos na história que acontece por trás e para além da história humana. Fomos incluídos no história de Deus e agora temos a missão de ser um sinal de Seu Reino assim como aqueles irmãos e irmãs foram. Sempre que necessário, volte a ler as palavras do apóstolo. E lembre-se: quem somos, jamais devemos esquecer. Somos sinais do Reino de Deus.