Sal, o veneno que mata em silêncio

Usado inicialmente pelo seu grande poder de conservar a alimentação, o sal se tornou o vilão da cozinha, favorecendo a hipertensão e retenção de líquidos ele pode ser associado a uma série de outros problemas de saúde. Pensando em reduzir a quantidade de sódio ingerida diariamente pelos brasileiros, o Ministério da Saúde (MS) e a Associação Brasileira de Supermercados (ABS) lançaram ontem a campanha: “Menos sal. Sua saúde agradece!”.

De acordo com pesquisas do MS, os brasileiros consomem em média pelo menos três vezes mais sal do que o recomendado, que é de no máximo cinco gramas diariamente. “Principalmente os produtos industrializados tem uma quantidade muito além do recomendado. Um simples biscoito doce pode representar muito sódio para o organismo”, alertou a endocrinologista Mara Lacerda.

Conforme a especialista, a redução de sódio deve vir acompanhada de uma reeducação alimentar. “Aumentar o consumo de frutas e verduras e a ingestão de água”, lembrou Lacerda. Acrescentou ainda que a dieta deve evitar o consumo de alimentos ricos em gorduras. “Como queijos amarelos, frituras, macarrões instantâneos e refrigerantes”, lembrou ela.

Estima-se que 75% do sal consumido seja proveniente de alimentos processados industrialmente. “Principalmente os alimentos em conserva e molhos industrializados. O ideal é que seja adicionado a dieta ervas e condimentos que favorecem um melhor sabor a comida e não tem contra-indicativos à saúde como o sal, por isso é recomendado que o consumo seja o mínimo possível”, lembrou a endocrinologista.

Amante de alimentos salgados, a arquiteta Mariângela Dias, 42 anos, descobriu que tem hipertensão há pouco tempo. “Foi num exame de rotina e confesso que fiquei arrasada. Tenho que moderar no sal, o que para mim está sendo muito difícil. Mas estou seguindo à risca o que o médico recomendou”, disse.

Segundo os especialistas, a sensibilidade ao sal está ligada a genética e etnias. Entre negros, por exemplo, a prevalência de pessoas mais sensíveis ao sal é maior. Homens e mulheres também apresentam resistência diferente ao sal. As mulheres, de modo geral, são mais “protegidas” contra os efeitos do sal até a menopausa. Depois disso, o risco de ter hipertensão é mais acentuado nelas do que neles.

A campanha tem como proposta conscientizar o consumidor para os riscos que o uso do sal em excesso pode causar à saúde. Começa com um projeto piloto nos supermercados de Brasília e de todo o Distrito Federal (DF). Depois, deve ser estendida aos demais estados.


Fonte: Karina Baracho / Tribuna da Bahia

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