Não há clima para golpe no Brasil. Dessa vez não haverá armada americana para apoiar, as forças armadas brasileiras são legalistas e o povo não ficará apático.
Cuidado com o golpe contra o golpe.
Deu no The Economist
Se for para sermos provincianos, pelo menos sejamos internacionais. A The Economist, revista britânica, que vende 1.600.000 cópias entre impressas e on-line, é uma sobrevivente de direita. No Brasil, é citada com unção e dobras na língua pelos neoliberais. Pois a The Economist, através de seu editor John Micklethwait, afirma em alentado artigo, que a democracia ocidental vai mal das pernas e sugere o que fazer para melhorar as coisas. Ele conceitua que, nos Estados Unidos, o dinheiro tomou conta das eleições. Ele não fala do Tsipras na Grécia e admite que em todo o Ocidente permanece um clima de frustração. O primeiro susto para os arautos das medidas de arrocho brasileiras: Micklethwait cita o trabalho de Picketty, que os novos donos da economia, Levy à frente, não leram.
É o primeiro susto.
O segundo susto
Piketty é o analista que recomendou a Levy a taxação das grandes fortunas, medida prontamente excomungada pelos neoliberais brasileiros. O editor da revista dá exemplo do que fazer para melhorar a situação ocidental: aumentar os impostos das super-fortunas americanas, replicar os gigantescos hospitais do coração da Índia e, pasmem, usar o sistema brasileiro do Bolsa Família, aquele que condiciona a entrega de dinheiro cash aos carentes, condicionando a presença de seus filhos na escola.
O The Economist existe desde 1863. Em algum lugar da mídia você leu isso?
Verdades tunelianas
“Com o tempo, uma imprensa [mídia] cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma” (Joseph Pulitzer.)
“Se você não for cuidadoso(a), os jornais [mídias] farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo”. (Malcolm)