Equipes da Polícia Federal voltam na manhã desta segunda-feira (16) às fazendas ocupadas por índios da tribo pataxó hã hã hãe na cidade de Pau Brasil, no sul da Bahia. Já são oito propriedades invadidas desde a manhã do último domingo (15) na cidade.
No fim de semana, também foram registradas duas invasões a fazendas na cidade de Itaju do Colônia. O delegado local, Francesco Santana, afirma já ter pedido reforço de tropas da Força Nacional. De acordo com o chefe de investigação da Polícia Civil do município de Pau Brasil, Sagro Dantas, ainda não é possível confirmar quantas pessoas, a maioria trabalhadores rurais, são feitas reféns pelos índios.
A delegada federal responsável pelo caso, Denise Cavalcanti, está em reunião durante a manhã desta segunda-feira e até por volta das 10h, não podia comentar o assunto. Sagro Dantas afirma que agentes civis devem acompanhar a entrada da Polícia Federal na manhã desta segunda-feira.
De acordo com o investigador, um trabalhador da Fazenda Santo Antônio que conseguiu escapar foi à delegacia e informou a presença de 12 famílias ainda no local. Já na propriedade Monte Alegre, foram libertados, após negociação com os índios, três filhos do proprietário. Na Indiana, três pessoas também conseguiram sair e um foi resgatado pela família na manhã desta segunda.-feira.
O gerente de uma das fazendas, Zelito Martins, teme pela segurança de quatro trabalhadores. “Não tenho notícias dele, apenas sei de boatos, de que estão amarrados, sequestrados, mas certeza se está vivo ou morto, a gente não tem nenhuma”, afirma.
O produtor rural Paulo Leite, que atua em uma das propriedades, conta que foi expulso e abandonou no local cerca de mil cabeças de gado. “Tomaram a fazenda, com arma de longo alcance. Temos que procurar alugar pasto, alguma coisa assim”, diz.
Os moradores de Pau Brasil bloquearam a estrada de terra que dá acesso às fazendas invadidas no domingo. Policiais militares, civis e federais foram até a área de conflito no fim da tarde, porém ficaram impedidos de trabalhar no resgate das vítimas quando o dia escureceu.
Fonte: O Tabuleiro, com informações do G1