Para onde ele foi?

“Ao se aproximarem do povoado para o qual estavam indo, Jesus fez como quem ia mais adiante. Mas eles insistiram muito com ele: “Fique conosco, pois a noite já vem; o dia já está quase findando”. Então, ele entrou para ficar com eles. Quando estava à mesa com eles, tomou o pão, deu graças, partiu-o e o deu a eles. Então os olhos deles foram abertos e o reconheceram, e ele desapareceu da vista deles.” (Lucas 24.28-31)

Um grupo de homens muito simples, sem qualquer formação ou conhecimento bíblico, estava sendo evangelizado. Era um grupo de ribeirinhos. Reunidos o pastor leu para eles este mesmo texto. Com muita sabedoria o pastor sempre fazia perguntas, muito mais que oferecia respostas. Ao estudarem este texto o pastor fez a seguinte pergunta sobre o desaparecimento de Jesus: “para onde vocês acham que ele foi?” Um deles, quase que imediatamente respondeu: “entrou neles!”. Essa resposta tem muito a nos ensinar.

O dia da ressurreição foi confuso e transformador para os discípulos. Eles não se lembravam das palavras de Jesus sobre sua morte e ressurreição porque não haviam crido nele. Jesus estava restaurando lhes a fé. A fé em Jesus deve ser a fé no Cristo que vive em nós, que habita conosco. Suas palavras e obras devem nos constituir, devem interferir com nossa individualidade e independência. O Cristo em que cremos deve ser o Cristo que vive em nós. E se vive em nós, viveremos sob sua influência, viveremos enfrentando o desafio de escolher, de decidir. A fé em Cristo se revelará também neste conflito de vontades: a nossa e a dele.

Farei a minha vontade ou a dele? Direi sim a quem? Reagirei da forma esperada, previsível ou tomarei o caminho mais estreito, mais difícil. Se nossa fé em Cristo for do tipo que só é real em alguns dias, lugares e horários, não conheceremos verdadeiramente a Cristo. A fé deve ser a fé no Cristo que nos habita, que entra em nossa existência e provoca mudanças. Se após uma conversa com Ele o deixamos seguir e vamos em outra direção, Ele não é o nosso Cristo. “Entrou neles”, respondeu o ribeirinho. Jesus é o Emanuel, o Deus Conosco. Ele deve estar em nós. “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo.” (Ap 3.20)

 

 

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