Para 27% dos estudantes, abusar de garota bêbada não é violência

O levantamento ouviu 1.823 universitários das cinco regiões do país

Uma pesquisa feita com homens e mulheres estudando em universidades brasileiras mostra que 27% dos homens entrevistados acreditam que, se uma garota tiver bebido demais, abusar dela não é uma forma de violência. A pesquisa “Violência contra a mulher no ambiente universitário”, realizada pelo Instituto Avon e pelo Data Popular e divulgada ontem, também afirma que 14% dos homens e mulheres estudantes conhecem casos de mulheres estupradas.

O levantamento ouviu 1.823 universitários das cinco regiões do país. A maior parte dos entrevistados é da classe média (53%) ou alta (36%) e 76% deles estudam em universidades e faculdades particulares. Das entrevistadas, 67% já sofreram algum tipo de violência (sexual, psicológica, moral ou física) no ambiente universitário.

Entre os homens, 38% dos estudantes admitiram já ter praticado pessoalmente algum tipo de violência contra mulheres em espaços acadêmicos. A pesquisa consultou especialistas e grupos de estudantes universitárias para definir uma lista de tipos de violência contra a mulher.

Entre os exemplos estão a agressão física, o estupro, o assédio sexual e a coerção – ser obrigada a ingerir bebidas alcoólicas ou drogas, ou ser drogada sem consentimento. Também são consideradas como violência: a desqualificação intelectual e a agressão moral ou psicológica.

As perguntas envolveram tanto as atividades que ocorrem nas salas de aula como nos demais ambientes universitários, incluindo as festas e confraternizações. Homens e mulheres concordaram que as faculdades precisam “criar meios de punir os responsáveis por cometer violência contra mulheres na instituição”.

 

Correio

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui