As quatro estações mudam a cada três meses, mas, aqui em Salvador o outono é o período que apresenta mais chuvas. Hoje, fim do verão, o céu tem a cor azul turquesa, e o sol desceu entre os arranha-céus. O grito de um pássaro solitário quebrou o silêncio com sua necessidade de se expressar.
O céu azul é como uma janela para o outro mundo, o mundo do outono. Passei um tempo observando o mar e me perguntando sobre suas histórias secretas, que pareciam vibrar no ar, misteriosas e ocultas, com tantos momentos que não voltam mais. Olhei fixamente o por do sol e o mundo se calou. Estou grato por ter chegado até aqui, pois apesar da mudança de estação a guerra na Ucrânia continua, existe também uma nova cepa do coronavírus chamada Deltacron avanço nesta última e mais bonita parte do dia, minha mente permaneceu aberta as impressões sensoriais produzidas pela paisagem.
De fato, até onde eu sei, não posso dizer que a guerra vai acabar no outono ou o coronavírus desaparecerá da terra, só sinto agora esta brisa leve que é extremamente agradável e sorrisos e rostos bronzeados, e pombos no chão à espera de algum bocado caridoso. O silêncio dessa luz , do mundo, parecia se fechar sobre mim enquanto permaneço parado, sentindo o último sol de verão indo embora, e pensando na música de Dorival Cayme “É doce o verão morrer no mar. Nas ondas verdes do mar”.