O tripé da maturidade

“No amor não há medo; pelo contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor. Nós amamos porque ele nos amou primeiro. Se alguém afirmar: “Eu amo a Deus”, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.” (1 João 4.18-20)

O tripé da maturidadeJoão reúne neste texto três fundamentos para uma vida cristã saudável e uma espiritualidade madura: a certeza de que que se é amado, a confiança de quem sabe que jamais será rejeitado e a compaixão de quem olha o outro como tem disso olhado por Deus. Estas três marcas são também o fundamento da maturidade existencial. Pessoas que alimentam diariamente esta certeza, esta confiança e esta compaixão, são mais felizes e cooperam mais com a felicidade dos outros. Para alimentá-las, precisamos crer e andar diariamente com Deus, conhecendo mais profundamente Seu amor.

Já a nossa religiosidade será fraca e distorcida, se não for completamente centrada no amor de Deus revelado em Cristo. Uma religiosidade assim promove desvios em nossa espiritualidade. De que tipos? Ela faz dos mandamentos de Deus, regras. E da obediência, não uma resposta de amor, mas um caminho para escapar do castigo. Jesus disse que seus mandamentos não são pesados, mas uma religiosidade desviada os ignora ou faz deles um fardo. Resultado: desenvolvemos uma espiritualidade que jamais amadurece, não importa o tempo de prática, e um coração endurecido, ainda que falemos da graça e amor de Deus.

Mas a fé centrada em Cristo, que nos leva à experiência com o maravilhoso amor de Deus e nos envolve em sua graça igualmente maravilhosa, produz outro tipo de crente. O amor de Deus nos amolece, sensibiliza e equilibra. E então, de dentro para fora, são desalojados os comportamentos maus e as atitudes pecaminosas. Torna-se insuportável acomodar-se à hipocrisia, em lugar de precisar dela para viver. Enganamo-nos menos conosco e nos atrevemos menos a julgar os outros. E assim não precisamos ser lembrados do castigo para não abusar da graça, porque a graça é recebida no amor que nos envolve e transforma. Como é sua espiritualidade?

 

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