“O filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho. Mas o pai disse aos seus servos: Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés.” (Lucas 15.21-22)
O pai viu o filho de longe, correu até ele cheio de compaixão, o abraçou e beijou. Pronto: o filho inconsequente e culpado estava perdoado e restaurado à condição de filho. Mas seu coração ainda precisava de mudanças. Ele ainda não tinha o coração semelhante ao coração do pai. Ele pensava como quem viveu longe e não perto do pai. “Não sou digno de ser chamado seu filho”. Não mereço ser filho, deixe-me ser apenas um empregado. Vamos admitir: essa também é a nossa lógica. Analisando a parábola com nossa lógica, o filho mais velho é o único que tem juízo nessa história! Ele é justo. O mais novo é um irresponsável inconsequente. E o pai… ele precisa avaliar melhor! Seu coração é mole demais. Não é de se admirar que o filho mais novo seja tão inconsequente! Poderia ser assim, se Jesus estivesse tratando de um caso de família. Mas não era este o caso! O caso é nossa vida e modo como Deus nos amou!
O pai que em nossa visão age de modo tão questionável, é Deus! E nós, uma mistura dos dois filhos! Inconsequentes e duros. Cegos para as próprias fraquezas e maldades, mas prontos para fazer contas e julgar os outros. Rápidos em cobrar dos outros o que não poderíamos pagar, se fossemos cobrados. Mas Deus nos amou a todos, com tudo que somos! Só um pai como aquele poderia salvar filhos como nós! Ele nos vê de longe e corre em nossa direção. Ele se compadece, sente o que sentimos e acolhe nosso arrependimento. Arrependimento de quem encara o passado, mas que não representa garantia alguma do futuro. Quantas vezes voltamos a fazer aquilo de que já nos arrependemos! Mas Deus nos abraça e beija, perdoa e reconcilia. Nem parece ser verdade tanta compaixão! E, diante de nossa incredulidade para tanto amor, Ele oferece provas: “Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel no dedo e calçados nos pés”.
O abraço e o beijo de Deus nos restauram para Ele. Seu perdão, graça e direção, para a vida. Pelo perdão e nossa iniquidade é coberta (vestido); sua graça nos fortalece para erguer a cabeça e esquecer o passado (anel); Sua Palavra nos aponta um novo modo de viver, novos caminhos (calçados). Quanto mais crermos no amor que nos acolhe imerecida e incondicionalmente, mais desfrutaremos do vestido, do anel e das sandálias que o pai nos dá. Nossa lógica precisa mudar ou do contrário continuaremos nus, indignos e descalços, mesmo tendo sido abraçados e beijados pelo Pai. Se quisermos ajudar Deus a nos amar, não conheceremos verdadeiramente Seu amor (filho mais novo). Se julgarmos aqueles a quem Deus decidiu amar e perdoar, pecaremos contra Deus e contra nosso irmão (filho mais velho). Assim é a vida com o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo!