“Respondeu Jesus: “Digo-lhe a verdade: Ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nascer da água e do Espírito”. (João 3:5)
Um líder religioso chamado Nicodemos chega até Jesus para um diálogo e para reconhecer que Jesus agia em nome de Deus. Nessa conversa surge então o tema “nascer de novo”. Nicodemos não compreende essa expressão e Jesus declara então que é necessário nascer do Espírito para poder entrar no Reino de Deus. Ele usa essa figura que nos traz algumas coisas em mente: gestação e parto. Jesus relaciona uma capacidade exclusivamente feminina para elucidar uma nova realidade para o ser humano. “A entrada na lógica do Reino se deve graças a esse movimento maternal de um Deus que nos gesta” (Anna Eliza Simonetti).
O que é a gestação senão o ceder um espaço de si mesma para que um outro ser possa ser constituído e desenvolva vida? É um movimento de retração existencial a fim de que filhos possam surgir. Só as mulheres têm essa capacidade. Aliás, Deus tem essa capacidade. Elas herdaram essa condição presenteada pelo próprio Deus. É isso que Jesus está falando que o Espírito Santo é capaz de fazer. Deus em Sua imensa sabedoria e graça decide retrair-Se para gerar o ser humano. Com isso, Ele dá espaço pra que venha à luz um ser parecido consigo mesmo, porém com a capacidade de se diferenciar em proporções imensuráveis.
O parto é uma outra realidade divina. Após desenvolver esse ser dentro de si, chega a hora de colocar para fora. Há dor, há beleza, há maestria, há emoção, força, esperança, cansaço, descanso, vigor, alegria e tantas outras características presentes nesse momento mágico. O ser humano precisa passar por um momento como esse no Espírito Santo de Deus. Mais uma vez algo que a mulher desfruta e que Deus também o faz. Quando isso acontece, aí sim esse novo ser pode ser apresentado a outro mundo, pode crescer, pode viver. Quão gracioso é termos essa consciência de que Deus fez e faz isso conosco.
Pr. Rodolfo Rodrigues Pereira