“As fracas não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.” (Ezequiel 34.4)
Ontem consideramos que, de certa forma, não gostamos de pessoas. Elas incomodam e dão trabalho. Mas gostamos de algumas pessoas. Há um tipo que interessa a muitos: Pessoas que tem algo a nos oferecer, algo que nos interessa. Dessas pessoas gostamos. Mas tendemos a correr daquelas que precisarão de algo, que exigirão de nós alguma ajuda. As pessoas que nos servem são interessantes, mas as que precisam que as sirvamos, é outra conversa. Digo isso em termos gerais, pensando no modo como nossa sociedade age. Como somos parte dela e, de alguma forma, ela nos modela, pensada ou impensadamente, podemos agir da mesma forma. Mas a fé cristã nos desafia ao inconformismo com esta sociedade. Chama-nos a seguir a Cristo. Ele agiu demonstrando como as coisas são no Reino de Deus.
Jesus convidou os cansados e sobrecarregados para segui-lo e aprender dele (Mt 11.28). Ele não procurou e nem se deu aos justos, mas aos que se reconheciam pecadores (Lc 5.32). Aos cansados e sobrecarregados Ele disse que ensinaria mansidão e humildade, e assim eles encontrariam descanso para suas almas. Aos pecadores Ele desafiou a arrependerem-se. A escolherem mudanças para suas vidas. Jesus ofereceu-se como um agente de mudanças na vida dos que precisavam e queriam mudanças. Ele é o Salvador. Ele nos tira de onde não poderíamos sair sozinhos. Na fé cristã, guardadas as devidas proporções, somos chamados a fazer o mesmo. A sermos agentes de mudança. Todos nós. E pensando em liderança, ser líder é ajudar pessoas para que saiam de onde estão e alcancem novos e melhores lugares. A profecia de Ezequiel é uma palavra de repreensão aos lideres de Israel. Eles não faziam isso.
Não é diferente o problema que afeta nossa nação. Nossos líderes parecem não ter olhos para pessoas. As fracas ficam cada vez mais fracas. Falta-lhes voz e direitos. Faltam-lhes os recursos que existem mais não são destinados a eles. Os doentes carecem da assistência que não pode ser oferecida pois o dinheiro que deveria financia-la é usado na satisfação dos sonhos egoístas dos que tem o poder de decisão sobre ele. Quando líderes amam o poder e a riqueza, eles usam pessoas e se servem das coisas. Precisamos de líderes que amem pessoas, para que usem coisas para servir as pessoas. Que, ajudados por Deus, possamos inspirar outro tipo de liderança e agir como verdadeiros seguidores de Cristo, amando e servindo pessoas.
ucs