Órgão afirma que crime teve motivo torpe e impossibilitou defesa de vítima.
PM era candidato a vereador. Grupo agrediu diversas pessoas na ocasião.
Cinco homens foram denunciados à Justiça como autores do crime que matou o policial militar e candidato a vereador na cidade de Jequié, região sudoeste da Bahia, Jurandy de Oliveira Santos, de 43 anos, segundo informou o Ministério Público da Bahia (MP-BA) na sexta-feira (14). O PM foi encontrado morto no dia 27 de agosto, um dia após o crime.
Um dos suspeitos se entregou no dia 13 de setembro. Conhecido como “Carlinhos”, o jovem de 20 anos compareceu ao fórum da cidade e foi conduzido à delegacia. Os outros quatro também estão detidos. Segundo a delegada Graziele Quaresma, “Carlinhos” nega o crime, mas preferiu se entregar porque alega que corre risco de vida.
O MP-BA, no entanto, afirmou que todos eles cinco são envolvidos em uma série de roubos e portanto denunciados por formação de quadrilha armana, roubo qualificado em três comércios, latrocínio e homicídio qualificado. O órgão acrescentou que todos os crimes foram cometidos na noite do dia 26 de agosto, no povoado de Rio Preto, na zona rural de Jequié.
O MP-BA informou que, com facas e armas de fogo,o grupo assaltou lojas, agrediu e ameaçou de morte moradores, entre crianças e idosos, além do policial militar morto. A vítima estava com a esposa, o filho e um conhecido, quando foi rendida pelos criminosos, espancado, esfaqueado e agredida ainda com ossos de um animal. Segundo o MP-BA, ele foi reconhecido como policial e alvejado com arma de fogo. Os promotores argumentam que o homicídio foi “cruel”, teve motivo torpe e impossibilitou a defesa da vítma.
A delegada Graziele Quaresma, que é titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos do município, informou que o grupo criminoso é composto por dez homens.
“Eles fizeram uma série de roubos antes de matar o policial. São 14 vítimas que eles fizeram no total, contando com essa morte. Eles foram assaltando três bares, um depois do outro, que ficam a cerca de 100 metros de distância. Depois, abordaram o carro do policial militar, o levaram e praticaram o homicídio”, relata a investigadora. Na quinta-feira (13), amigos e familiares participaram de uma cerimônia na igreja de Jequié em memória da vítima.
A PM informou que Jurandy foi abordado por um grupo de assaltantes quando passava de carro, voltando de um comício, por estrada da região. O grupo abordou o carro, onde também estavam a esposa, o filho adolescente do casal e um amigo da família. “As pessoas que estavam com ele sofreram lesões consideradas mais leves, como tapas e violência psicológica”, diz a delegada.
Suspeitos mortos
Além dos cinco presos, quatro homens morreram em confronto com a polícia e outro foi achado morto. “Os mortos em confronto com a polícia portavam armas de fogo”, afirma a delegada. Eles tinham entre 18 e 23 anos e resistiram à abordagem de guarnições nos locais conhecidos como “Iraque” e “Morro do Urubu”.
Fonte: G1