A cadeia produtiva das hortaliças exige do agricultor um maior planejamento
Leia pesquisa da Embrapa na íntegra
Maçãs cultivadas na Chapada Diamantina, a partir de um processo de melhoramento genético. Café produzido, no oeste baiano, e cenouras, em Irecê, por meio da técnica de irrigação via pivô central.
Frutas, como manga e uva cultivadas na região semiárida com sistemas de irrigação e até pasto irrigado no sudoeste do Estado. São alguns exemplos que atestam que o uso de tecnologias adequadas podem driblar adversidades climáticas, diversificar a produção e trazer lucro aos produtores.
Plantio direto ou na palha, sistemas de irrigação, macrodrenagem e mecanismos de melhoramento genético são algumas das alternativas indicadas pelos especialistas.
Seca no Nordeste – No caso do clima seco, predominante na região Nordeste do País, o sistema de irrigação é a tecnologia mais utilizada. É o caso do Vale do São Francisco, onde a fruticultura irrigada – iniciada na década de 60 – se tornou o grande potencial da região, marcada pelo clima seco e solos com baixa fertilidade.
Atualmente, os Perímetros Públicos Irrigados do Polo Juazeiro (BA)/Petrolina (PE) são responsáveis por 60% da manga (61 mil t) e 50% da uva de mesa (47 mil t) exportadas pelo Brasil, o que representa cerca de US$ 138 milhões, de acordo com Frederico Calazans, secretário-executivo da área de gestão de irrigação da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf).
No oeste baiano – região que se destaca pela produção de algodão (1/3 do mercado brasileiro) -, o café irrigado via pivô central começou a ser cultivado em 1994. São 15 mil hectares, num total de 130 pivôs instalados. A experiência é uma novidade no cenário mundial e a produção anual é de cerca de 35 mil toneladas, segundo o diretor-executivo da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Alex Rasia.
Aquecimento global No entanto, as mudanças climáticas globais podem afetar drasticamente os sistemas de irrigação, como alerta o pesquisador da Unicamp (SP), Hilton Pinto. Os estudos apontam para uma grande diminuição da vasão dos rios, o que dificultará a irrigação. “Em 20 anos, a projeção é que o Rio São Francisco tenha queda de vasão de até 25%, por exemplo”, destaca.
Investir em mecanismos de melhoramento genético para desenvolver plantas tolerantes ao clima seco pode ser um caminho para enfrentar os problemas decorrentes do aquecimento global.
Dicas importantes
Legislação Respeite o conjunto de leis ambientais (acesse o site)
Drenagem Verifique a parte de drenagem natural que pode ser feita no terreno, para escoar a água da chuva, a exemplo da construção de “baciões”
Recomposição Plante espécies nativas para fazer a recomposição da mata perdida com os efeitos climáticos
Erosão Adote medidas para evitar a erosão do solo
Manejo Faça o manejo racional da água
Adaptação Escolha as espécies cultivares mais adaptadas ao clima da região
Matéria orgânica Utilize sistemas produtivos que priorizem a matéria orgânica do solo, a exemplo da técnica de plantio direto a partir da cobertura do solo
Fonte: Bruna Hercog / A Tarde