Há surtos de varicela – doença contagiosa conhecida como catapora – em várias cidades do País. Em todo o Estado de Minas Gerais, por exemplo, foram contabilizadas 14 mortes em decorrência da doença até o dia 5 de outubro. No Estado de São Paulo, 16 crianças (com idades entre um e nove anos) morreram de janeiro a setembro deste ano. Na Bahia, não há mortes este ano. Segundo informações da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), em todo o Estado foram registrados, até julho, 708 casos. No ano passado, foram 3.426, com quatro mortes. A Sesab informou que não há recorte para casos ocorridos em Salvador.
O temor da chegada da doença à Bahia tem fundamento. A catapora costuma aparecer nas estações quentes do ano, como o verão que se aproxima, e, pior, caso seja necessário, a vacina não é disponibilizada nos postos públicos de saúde e está em falta nas clínicas particulares de várias cidades baianas, a exemplo de Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista. Enquanto isso, tornam-se comuns casos como o do garoto Bruno Paranhos, 10 anos. Morador de Feira de Santana, ele sofre por conta da catapora já há uma semana.
A ausência da vacina contra a catapora nos postos públicos é justificada com o argumento de que ela não é prioridade, como a de poliomielite, por exemplo. “É uma vacina que é potencial candidata para entrar no calendário vacinal”, diz o coordenador de Vigilância das Emergências de Saúde Pública da Sesab, Juarez Dias.
O coordenador explica que a Sesab dispõe de vacinas apenas para a hipótese de um surto localizado e para vacinação em casos especiais, como em pessoas que serão submetidas a transplante de órgãos, profissionais de saúde e portadores do vírus HIV.
Sem chances de obter a imunização gratuitamente, as pessoas têm buscado clínicas particulares, mas poucas dispõem da vacina. O jeito é entrar em listas de espera, com previsão de chegada da vacina ao preço de R$ 100 e R$ 173 – este último valor corresponde à vacina tetraviral, que previne caxumba, sarampo, rubéola e catapora.
Fonte: A Tarde