Presidente relata, no Piauí, fatos vivenciados em eleições
Sem citar o nome da candidata petista Dilma Rousseff à Presidência da República, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso ontem, em Teresina (PI), em que associou fatos que disse já ter passado em campanhas presidenciais anteriores com a campanha atual.
“Se contou muita mentira a meu respeito. Ou seja, eu tinha barba e, por isso, era comunista.
Pessoas mentirosas que diziam isso não tinham coragem de dizer que Jesus Cristo também tinha barba comprida”, disse o presidente.” A quantidade de vezes que tive que responder sobre aborto, sobre coisas que não eram de responsabilidade da Presidência. As pessoas que são contra ficam jogando casca de banana para ver se a gente pisa e cai. Diziam que eu ia fechar igreja evangélica, que ia fazer isso ou aquilo,que não ia cuidar dos pobres”.
Lula participou da solenidade de ampliação do campus Teresina-Central, do Instituto Federal de Educação, onde também assinou ordem de serviço para construção e pavimentação das BRs 235 e 020. Em seu discurso, Lula disse que vai “passar o bastão” ao deixar a Presidência, mas que o bastão tem que ficar com pessoas que “não querem voltar ao passado do descaso, do desemprego”.
“Não queremos ser tratados como cachorros”, disse. Lula afirmou que a palavra correta para o termo governar deveria ser “cuidar”, “como uma mãe cuida de seus filhos”.
O presidente citou Deus três vezes durante seu discurso e fez sinal da cruz uma vez no final, ao citar que Deus escreve certo por linhas tortas, ao falar sobre a derrota de dois adversários políticos no Piauí, que, segundo ele, ajudaram a derrubar a CPMF. O presidente se referiu a Heráclito Fortes ( DEM)e Mão Santa (PSC),que perderam a disputa para o Senado.
Durante a solenidade, Lula pediu aos participantes que gritaram o nome de Dilma que “maneirassem”. Ele disse que a solenidade era um ato oficial. “Portanto, vocês baixem o fogo aí. Parem de gritar, porque (a candidata) não pode estar presente aqui”.
Reforço Principal articulador das ações do governo para combater os efeitos da crise financeira mundial e braço-direito do ministro da Fazenda, Guido Mantega, o secretário de Política Econômica, Nelson Barbosa, decidiu tirar férias para ajudar na campanha da petista Dilma Rousseff à Presidência. Barbosa – um dos principais nomes cotados para o cargo de ministro da Fazenda em um eventual novo governo do PT – afirmou ontem que já vinha dando sugestões em seus horários de folga, mas agora terá mais tempo para se dedicar a este trabalho.
A decisão vai na mesma linha da adotada pelo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que se afastou temporariamente do cargo para reforçar a campanha de Dilma. “Estou tirando o resto de um período de férias relativo a 2009. Terei uns dias para descansar e posso dar sugestões à campanha”, disse. Nelson Barbosa, que ajudou na elaboração do plano econômico de governo para reeleição do presidente Lula, em 2006, está na equipe econômica desde 2003. Durante a criação do PAC e do Minha Casa, Minha Vida, ficou próximo de Dilma, então ministra da Casa Civil.
“As pessoas que são contra jogam casca de banana para ver se a gente pisa e cai”, disse o presidente da República.
Fonte: A Tarde