*Pedro Ivo Rodrigues
O secretário de Saúde de Porto Seguro, Messias Boaventura, concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira, 21/10, na sede da Secretaria, para explicar as medidas anunciadas pelo Executivo, em todos os setores da administração municipal, visando o ajuste a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que tratam da sua pasta.
Segundo Messias, a redução na carga horária dos servidores e as demissões não afetarão os serviços prestados à população. “No distrito de Arraial d´Ajuda, por exemplo, existem duas unidades de Saúde e em Trancoso há dois Postos de Saúde da Família (PSF), com profissionais disponíveis para o atendimento á comunidade. O prefeito Gilberto Abade tem consciência de que este setor é primordial e que como tal merece toda a atenção necessária ao seu bom funcionamento. O prefeito não tem intenção de prejudicar os munícipes, até porque o nosso limite é a Lei. Como titular da pasta, eu jamais tiraria algum médico de um PSF. Não irei demitir médicos de nenhuma dessas equipes. O que precisa ser esclarecido é que alguns postos estão sem esses profissionais devido a sua escassez no mercado de trabalho, o que ocorre em todo o Brasil, e não porque os estamos demitindo”, declarou.
Sobre a suspensão do Pronto Atendimento (P.A) na Policlínica Municipal, disse que o serviço é mantido com recursos exclusivos da prefeitura, sem auxílio dos governos estadual e federal, e que a interrupção é provisória. “A partir de 1º de janeiro de 2011, o serviço será normalizado. Na gestão pública se trabalha com planejamento, mas no caso da Saúde, além desse fator, queremos aumentar a oferta de serviços à população. Lidamos com vidas e não podemos deixar as pessoas sofrerem em decorrência de tais medidas”, ressaltou o secretário, que salientou a preocupação do governo do Estado com Porto Seguro. “O prefeito já esteve reunido com o secretário estadual de Saúde, Jorge Solla, e ambos chegaram ao consenso de que esforços devem ser conjugados para sanar todas as deficiências que possam existir no setor em nossa cidade, que não pode ser tratada com isonomia com as demais da Bahia, mas, pela suas características singulares, com uma atenção especial. Para isso, se deve integrar os três entes federados, que são as secretarias municipal, estadual e o Ministério da Saúde, em prol desse objetivo”, acrescentou Boaventura.
No tocante às demissões, afirmou que os bons profissionais serão reaproveitados no início do próximo ano. “Em janeiro, caso não seja realizado novo concurso público, aqueles servidores que são conhecidos pelo seu comprometimento com o trabalho serão chamados de volta. Cerca de 40 funcionários da Saúde foram demitidos, mas aqueles que vestem a camisa da administração e se empenham em servir a sociedade não ficarão de fora dos nossos quadros”, enfatizou.
Ele disse ainda que há um déficit de uma ambulância do Samu no Arraial d´Ajuda e mais duas, sendo uma em Caraíva e outra em Itaporanga. “Faremos um levantamento, após 31 de dezembro, para suprir essas demandas”, frisou.
Neuroccor
Messias Boaventura afirmou também que ainda não foi feito o credenciamento do município para encaminhamento de pacientes para o hospital Neuroccor, centro especializado em procedimentos de alta complexidade, como neurocirurgias e cirurgias cardíacas. “É um hospital privado, portanto o atendimento é a priori a pessoas que tenham convênios particulares ou que possam pagar, mas estamos buscando o credenciamento junto ao Ministério da Saúde, para que haja atendimento pelo SUS”, explicou.
Por fim, o secretário disse que não haverá redução de carga horária nos postos de saúde e que o Hospital Luís Eduardo Magalhães (HLEM) deve dar conta da demanda de pacientes que eram atendidos no P.A da Policlínica Municipal. “Não houve nenhuma alteração nos serviços oferecidos pelos PSFs, que recebem verbas estaduais e federais. No que tange ao HLEM, é um hospital de referência, que tem todas as condições para atender a população”, arrematou.