“Ao entrar num povoado, dez leprosos dirigiram-se a ele. Ficaram a certa distância e gritaram em alta voz: ‘Jesus, Mestre, tem piedade de nós!’ Ao vê-los, ele disse: ‘Vão mostrar-se aos sacerdotes’. Enquanto eles iam, foram purificados. Um deles, quando viu que estava curado, voltou, louvando a Deus em alta voz. Prostrou-se aos pés de Jesus e lhe agradeceu. Este era samaritano. Jesus perguntou: ‘Não foram purificados todos os dez? Onde estão os outros nove?’” (Lucas 17.12-17)
O que fazemos em relação às bênçãos que recebemos? O que fazemos com as restaurações que Deus nos dá? O que fazemos em relação às pessoas que marcam positivamente nossa vida? O que fazemos com o amor, cuidado, compaixão, amizade e tantas outras coisas boas que recebemos de Deus e das pessoas? Jesus teve um encontro com dez leprosos como você leu no texto de hoje. Jesus os atendeu de uma forma bem inusitada, dizendo apenas que deveriam apresentar-se ao sacerdote. Esta era a conduta para quem era curado de alguma doença de pele. O sacerdote deveria confirmar a cura e declarar a pessoa “limpa”. Ele não discutiram com Jesus: obedeceram. Um sinal de fé. E foram curados.
Em algum momento do caminho notaram a cura. Estavam livres da lepra. Dos dez, um voltou a Jesus para agradecer. Para ele o sacerdote podia esperar. Ser declarado “limpo” era o que tanto queria, mas podia esperar. A gratidão não! Os outros nove fizeram diferente. Primeiro o sacerdote, primeiro receber o “certificado” de que estavam limpos. E Jesus acabou esquecido. Eles não voltam para agradecer. Talvez este seja um retrato de como anda a gratidão entre nós? Uma taxa de apenas 10% de pessoas gratas! Estamos mais prontos a reclamar por insatisfação do que a agradecer por um bom trabalho. Somos muito ruins em amar. O egoísmo, o interesse e o utilitarismo nos fazem ingratos e sem amor. Por isso pessoas que deveríamos reconhecer como inesquecíveis ficam no passado e são esquecidas.
As Escrituras ensinam que se não amamos ao nosso próximo, também não amamos a Deus (1 Jo 4.20). O mesmo se aplica à gratidão. Só somos realmente gratos a Deus se somos gratos às pessoas. Pois a gratidão é parte do amor e a ingratidão, expressão de desamor. Por ingratidão casamentos acabam. E pensamos que não deveríamos insistir, “só por gratidão”! Não sabemos o que é amor! Que amar é também ser capaz de reconhecer a história do outro na nossa história. A ingratidão e o desamor alimentam-se mutuamente, assim como o amor e a gratidão. Apenas um leproso voltou. Seja como ele. Seja mais grato e expresse mais gratidão. Dando-a a pessoas, a estará dando a Deus.