Entre as 10 melhores, 7 são paulistas, incluindo S. Caetano, Valinhos e Birigui; líder no ranking é o município de Pouso Alegre, em Minas Gerais
Cinco das dez piores cidades para os jovens brasileiros viverem estão na Bahia. A pior é Eunápolis, no extremo sul do Estado, vizinha a Cabrália e Porto Seguro, este o 4.º pior município no ranking, apesar do intenso movimento turístico e das belas praias. No outro extremo, as melhores cidades brasileiras para os jovens estão no interior de São Paulo. Entre as dez mais bem posicionadas, sete ficam no Estado, como São Caetano, Valinhos, Birigui e Americana. A cidade mineira de Pouso Alegre tem as melhores condições de vida para jovens.
Entre as 75 cidades paulistas com mais de 100 mil habitantes, 74 apresentam baixa vulnerabilidade para os jovens. Na Bahia, entre os 16 municípios, 1 tem vulnerabilidade alta, 8 média e 7 média-baixa. No caso dos 12 municípios de Santa Catarina, todos têm vulnerabilidade baixa.
Os resultados foram apontados pelo Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência (IVJ-V), feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), que serão apresentados hoje em evento da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). São considerados os dados de 2010 e, portanto, o crescimento de 15% dos assassinatos em São Paulo ocorrido no ano passado não foi levados em consideração.
Foram analisadas 283 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes, que englobam 104,5 milhões de pessoas, e representam mais da metade da população brasileira. O IVJ-V considera os dados de violência entre jovens a partir de mortes por homicídio e no trânsito, frequência à escola e situação de emprego, pobreza e desigualdade. O valor do índice varia de 0 a 1 (0 para as cidades em melhores condições e 1 nas piores).
Segundo os autores do estudo, o levantamento ajudou a identificar o papel de políticas públicas de segurança eficientes em outros indicadores sociais, como pobreza e distribuição de renda. “Estados como São Paulo e Rio de Janeiro, que conseguiram bons resultados na política de combate à violência, melhoraram seus dados sociais. O controle da violência acaba produzindo um círculo virtuoso”, afirma o sociólogo Renato Sérgio de Lima, do FBSP.
O mesmo efeito, só que em sentido inverso, pode ser verificado na parte de baixo da tabela. Estados como Bahia, Alagoas, Paraíba e Pará, onde cresceram as taxas de assassinatos, registraram pioras nos demais índices.
Entre os 283 municípios com mais de 100 mil habitantes, 163 cidades, que juntas têm população de 65,9 milhões, apresentam baixa vulnerabilidade para os jovens. A situação é um pouco pior em 117 municípios, com vulnerabilidade considerada média-baixa ou média. Apenas três cidades, as campeãs do ranking, Eunápolis (BA), Marabá (PA) e Arapiraca (AL), têm vulnerabilidade alta. Não há nenhuma cidade, de acordo com o ranking, com vulnerabilidade muito alta.
Mudanças. Como o IVJ-V já havia sido publicado a partir de dados de 2007, é possível comparar as mudanças em diversas cidades ocorridas nos últimos três anos. Entre as dez cidades que mais melhoraram os seus índices, quatro estão no Rio. Macaé foi a que obteve os maiores progressos. “Pode-se medir os efeitos das Unidades de Polícia Pacificadora, que melhoraram a situação no Estado”, diz Lima.
Entre as que mais pioraram, há cidades de 7 Estados. Águas Lindas de Goiás e Araucária (PR) tiveram os maiores recuos.
Uma das principais surpresas é Porto Alegre ser a 2.ª pior colocada, atrás apenas de Maceió. No ranking das capitais, Boa Vista, Macapá e João Pessoa ficam nas cinco primeiras posições. São Paulo é a capital em situação mais favorável no ranking.
Fonte: Bruno Paes Manso/O Estado de S. Paulo