“Apegue-se à instrução, não a abandone; guarde-a bem, pois dela depende a sua vida. Não siga pela vereda dos ímpios nem ande no caminho dos maus. Evite-o, não passe por ele; afaste-se e não se detenha.” (Provérbios 4.13-15)
Somos aquilo que fazemos e o que evitamos fazer. Não somos aquilo com o que apenas concordamos intelectualmente. Ou seja, não basta ter boas teorias sobre a vida, bons conceitos sobre família, boas intenções para o futuro. Como se diz, de boas intenções o inferno está cheio! Por isso o escritor de Provérbios é enfático. Ele nos desafia a atitudes firmes diante da vida. Diz que devemos nos segurar firmemente e guardar bem a instrução, ou seja, a boa orientação para a vida. Sua ênfase não conceitual. É prática: façam o que sabem que devem fazer!
E, obvio, não façam o que sabem que devem evitar fazer – não sigam pelo caminho dos ímpios. O ímpio é quem se afasta da piedade, do temor a Deus, da retidão. É o oposto do pio (piedoso). Pio é quem observa a retidão, teme a Deus e respeita os limites do bom senso. É preciso sabedoria, instrução, para não cair no engano e acabar como um ímpio, na impiedade. A impiedade tem dois parceiros inseparáveis: o engano e a ilusão. E nosso problema, na maioria das vezes, não é falta de instrução, mas de atitudes corretas. O que nos falta não é inteligência, é caráter. E caráter não é um dom, é uma escolha. Ou melhor, muitas escolhas.
Um bom caráter exige que digamos não ao que tem o poder de corromper – evite o caminho dos maus e nem mesmo passe perto dele, diz o sábio. Um provérbio nigeriano diz: “se você não quer comer o cozido, não destampe a panela!”. Se você não quer a impiedade, não se aproxime do que pode lhe conduzir a ela. Vivemos expostos a muitas coisas e há muito lixo ao alcance de um clic, tanto na TV quanto na internet. Ser ímpio pode acontecer apenas por falta de atenção, por descuido. Mas ser pio será resultado de escolhas conscientes e dedicação ao que é saudável, honroso e agradável a Deus. Não é fácil, mas é possível. E muito melhor!