“Mas acumulem para vocês tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam.” (Mateus 6.20)
É atribuída a Einstein a frase “Nem tudo que pode ser contado, conta. E nem tudo que conta, pode ser contado”. Ela é bem apropriada para nós que vivemos fazendo contas. A quem viva orientada por números e cifrões. Muito cedo alguns filhos já fazem perguntas do tipo “e o quê que eu ganho com isso?”. Todos queremos ganhar, mas nem sempre nos perguntamos o que é ganhar. Jesus disse que quem quiser ganhar, vai perder. E aceitar perder, vai ganhar (Lc 17.33). Ele também disse que há ganhos que não compensam as perdas que produzem: de que adianta alguém ganhar, ainda que seja o mundo inteiro, e perder a si mesmo? (Mc 8.36). Salomão em Eclesiastes faz uma interessante pergunta: “O que ganha o trabalhador por todo o esforço que faz?” (Ec 3.9), justamente no capítulo em que fala do tempo e das ocasiões que a vida proporciona. Talvez nos dizendo: cuidado para que não deixar de viver enquanto tenta sobreviver!
Será que sabemos lidar com os valores materiais? Sabemos coloca-los em seu devido lugar e torna-los úteis à nossa vida? Ou será que vivemos para eles, lutando para conquista-los e sem qualquer sabedoria para usa-los? Temos consciência de sua transitoriedade? Temos consciência de que não poderemos comprar reputação? Que não poderemos comprar a infância dos nossos filhos de volta? Que não poderemos comprar amigos? Nossa vida passa muito rápido! O que estamos fazendo dela e o que estamos nos tornando no processo? Jesus veio nos trazer o Reino de Deus. Sua mensagem foi: “o Reino de Deus chegou! Arrependam-se!” Em outras palavras: “o Reino de Deus chegou, repensem suas vidas e façam novas escolhas. Mudem de vida!” Quem estamos nos tornando enquanto lutamos pelas coisas que queremos?
Jesus não apenas nos ensinou a lidar de forma certa com nossa vida e as riquezas materiais, Ele nos deu exemplo. É bem provável que não vivamos como Ele, que não possuiu nada, senão suas vestes. Ele não nos pediu para viver sem posses. Mas nos diz que devemos nos ocupar de tesouros eternos e não apenas dos terrenos. Os tesouros eternos são vidas, são obras dignas do Reino e compatíveis com o Espírito Santo. Não é preciso ter dinheiro para fazê-las, mas se temos, é certo que não as faremos sem que ele seja envolvido. Pois para tê-lo, gastamos nosso tempo, saúde e talentos. Gastamos nossa vida. Por isso devemos ser comprometidos e contribuir com a igreja da qual fazemos parte. Devemos ser generosos, equilibrados financeiramente e prontos a servir o nosso próximo. Assim fazemos com que o que é material produza resultados espirituais! Os tesouros terrenos passam, podem ser pedidos. Quando acontecer, o que restará em nossa conta existencial?
ucs