O ministro do STF rebate Bolsonaro e diz que religião não pode ser critério para vaga no Supremo após o presidente afirmar ser necessário um ministrom evangélico no tribunal; Mello ainda ironizou o ex-juiz Sérgio Moro: “Talvez ele se converta agora”.
Em entrevista concedida ao jornal O Globo nesta sexta-feira (31), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, contestou a afirmação de Jair Bolsonaro de que era necessário um “ministro evangélico” na Corte. Mello destacou que o Supremo faz parte do Estado e deve ser laico.
Para o magistrado, a religião não deve ser um fator relevante na escolha de um ministro, mas sim o apego à Constituição. “No STF, o importante é professar a observância da Constituição Federal, a lei das leis. Amá-la e torna-la prevalecente. O importante é termos juízes que defendam a ordem jurídica e a Constituição. O Estado é laico. O Supremo é Estado”, afirmou.
O ministro, que disse não ver problema em dividir o tribunal com conservadores, também brincou sobre a pré-anunciada nomeação do ex-juiz Sérgio Moro, que hoje ocupa o Ministério da Justiça: “Não se sabe se ele é evangélico, mas quem sabe? Talvez ele se converta agora”.
Moro, que já comparou a vaga no STF com ganhar na loteria, não anuncia publicamente sua religião, mas segundo entrevistas de Odete Moro, mãe do ex-juiz, ele é católico.
Fonte: Revista Fórum