Mulher teria recebido prova do turno errado em Salvador.
Ela prestou depoimento na 9ª DT; prova também teve problema no DF e AL.
Candidatos ao concurso da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na Bahia pedem o cancelamento da prova aplicada neste domingo (2) devido ao vazamento de informações. A candidata Mônica Austricliano, 42, é de Porto Seguro, mas realizou a prova em Salvador. Ela diz que recebeu a avaliação do turno da tarde, ao invés da manhã. “Entrei normalmente na sala, assinei a folha de presença, me deram a folha com o gabarito, e entregaram a prova. Como eu tenho dificuldade visual e tinha pedido uma prova com letra maior, eles tomaram a que tinham entregue inicialmente e me deram outra”, relata Mônica.
A confusão teria sido notada pela candidata quando ela começou a preencher o gabarito com as respostas. “Percebi que a numeração do gabarito era diferente da prova. Chamei a coordenação da Cetro [organizadora do concurso], que trocou o gabarito, mas não deu certo”, afirma.
Mônica diz que foi levada por um dos coordenadores da organizadora do concurso para outra sala, onde tentaram impedir que ela saísse da faculdade onde a prova era aplicada. “Eles informaram que eu não poderia sair nem ter contato com outros alunos, que não poderia sair nem para almoçar. A intenção deles era me manter na sala presa até a hora de começar a próxima prova, então eu liguei para minha mãe, que acionou a polícia”.
A candidata conseguiu sair da faculdade levando a prova. Ela registrou um Boletim de Ocorrência na 9ª Delegacia. “Não sou desonesta, estou com a prova na mão e vou voltar para faculdade. O certo é anularem o concurso, porque a empresa foi desorganizada”, avalia.
O candidato Lucas Gomes, 24, da cidade de Guanambim, fez a prova na mesma faculdade que Mônica e também acha que a prova deve ser anulada. “Quando eu saí da minha prova quase 13h estava a zoada do pessoal de que a prova tinha vazado. A gente desconfia que possamos sair prejudicados e a intenção é de que a prova seja anulada”, diz.
Em contato com a Anvisa, que informou que o caso será avaliado durante a semana. A Agência informou ainda que os candidatos que se sentirem lesados podem entrar em contato com o órgão por meio de sua ouvidoria no telefone 0800 642 9782.
Denúncia no DF e AL
Candidatos que fariam o concurso da Anvisa, na manhã deste domingo, em Brasília, reclamaram de atraso na entrega dos cadernos com as questões e que receberam provas violadas. Os transtornos aconteceram em pelo menos dois locais onde as avaliações ocorrem na capital federal.
Segundo a estudante Tamires Moraes, na sala onde ela faria a prova o malote com os cadernos de questões chegou aberto. “Só veio a prova, sem pacote. Na verdade, a prova veio violada, com mais de uma hora de atraso”, disse.
“Quando chegou a prova, chegou um monte de provas sem lacre, sem nada. Então, [as provas] não foram entregues, e ninguém sabia informar o que aconteceu”, prosseguiu a estudante, que não fez a prova, marcada para acontecer na Unip da Asa Sul. O mesmo problema aconteceu também na Unieuro da Asa Sul.
Dezenas de candidatos que compareceram a Escola Moreira e Silva, em Maceió, para fazer o concurso público para o quadro de servidores da Anvisa prestaram queixa na Central de Polícia, no final da manhã deste domingo, para denunciar problemas na execução do certame.
Segundo os candidatos, as folhas de resposta das provas estavam com um número de questões menor. “A prova constava 80 questões objetivas, mas a folha de resposta só tinha marcação para 60 espaços. Por isso, todos que estavam na minha sala se recusaram a fazer o exame”, explicou Rômulo de Castro Costa, que se inscreveu para o cargo de técnico em regulação e vigilância sanitária.
Concurso
As provas objetivas e discursivas são aplicadas nas cidades de Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Boa Vista, Brasília, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Macapá, Maceió, Manaus, Natal, Palmas, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, São Paulo, Teresina, Vitória.
O concurso oferece 157 vagas para especialista em regulação e vigilância sanitária, 29 vagas para analista administrativo, 100 vagas para técnico em regulação e vigilância sanitária e 28 vagas para técnico administrativo. Os salários vão de R$ 4.760,18 a R$ 10.019,20. Todas as vagas são para Brasília.
Fonte: G1