“Pois tudo o que há no mundo — a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens — não provém do Pai, mas do mundo.” (1João 2.16)
Temos um ditado que afirma: o que os olhos não veem, o coração não sente. Ver nos possibilita muitas coisas, entre elas, sentir. Ver pode nos levar a sentir falta e desejar. Isto pode ser muito bom, promovendo o desenvolvimento e o crescimento pessoal. Mas pode ser muito ruim, caso torne-se uma cobiça, fazendo da visão uma fonte de corrupção. Quando isso acontece desrespeitamos valores e princípios de vida. Comprometemos nossa integridade, colocamos em risco relacionamentos importantes e acabaremos nos arrependendo amargamente. E queira Deus que nos arrependamos antes que seja tarde demais!
A cobiça dos olhos é a segunda fonte de poder que atua sobre nós, dando-nos poucas chances de escapar, se nos esquecemos de Deus e vivemos apenas para nós mesmos. Se não nos submetemos a Ele, mas seguimos apenas nosso próprio coração corremos o risco de ver e cobiçar, desejando obter, ainda que não seja apropriado ou ético. Ainda que represente traição a alguém ou corrupção de nós mesmos. Ainda que nos leve a prejudicar, manipular, tirar proveito ou fazer do outro um objeto. A cobiça é uma sede ardente que diz – você precisa, você merece, tem direito, não perca a oportunidade, esqueça tudo mais.
A cobiça dos olhos nos deixa cegos e insensatos. Ela é uma forma concreta de desprezo a Deus e falta de temor. Devemos ser precavidos e saber que nossos olhos podem nos levar à cobiça. Devemos desenvolver o hábito de lembrar e desfrutar, diariamente, da presença e amor de Deus. No temor ao Senhor está a sabedoria que nos guarda da insensatez da cobiça. A cobiça sempre nos tira algo mais valioso do que aquilo que nos proporciona. O problema da cobiça dos olhos não está nos olhos, mas no coração. Fechar os olhos apenas não resolverá. É preciso mudanças no coração. Mudanças que o amor de Deus e nossa obediência a Ele, realizam. “Meu filho, dê-me o seu coração; mantenha os seus olhos em meus caminhos” (Pv 23.26).