“Todos que estão aqui saberão que não é por espada ou por lança que o Senhor concede vitória; pois a batalha é do Senhor, e ele entregará todos vocês em nossas mãos.” (1 Samuel 17.47)
Quando a luta que lutamos não é nossa, mas do Senhor, somos surpreendidos pelo modo como Ele realiza Seus propósitos e concede-nos a vitória. Davi não estava naquele campo de guerra sozinho, embora fosse apenas ele e Golias a lutarem. Ele estava em clara desvantagem aos olhos humanos. Golias tinha tudo: experiência, força, armas e a plena confiança de seus compatriotas. Davi, ao contrário, nada tinha: nem experiência, nem força, nem armas e muito menos a confiança de seus compatriotas. Mas tudo acabou como acabou porque Davi pode contar com Deus. Deus estava ao seu lado e ele agiu pela fé no Senhor. Aquela batalha não era dele, era do Senhor! Como podemos nos tornar pessoas que lutam as batalhas de Deus, com a ajuda de Deus?
Que boa pergunta! Em primeiro lugar não devemos confundir nossas ideias com as ideias de Deus. Tudo pode parecer muito simples: se estou envolvido nas coisas da igreja então isso significa que estou fazendo a obra de Deus (lutando as batalhas de Deus). Esta é uma possibilidade. Mas, na verdade, somente envolve-se nas batalhas de Deus, na verdadeira obra de Deus, quem se submete a Deus para ser guiado por Ele. Quem escolhe crer e humilhar-se diante de Deus. Quem o busca com todo o coração. E aí não se trata da igreja apenas, de algumas coisas apenas, mas toda nossa vida, pois tudo é envolvido pela presença e direção de Deus. O mais importante aspecto desse jeito de viver é o que envolve nosso caráter: viveremos a luta de viver segundo nossa própria vontade e natureza ou viver submetendo-nos à vontade de Deus e à Sua natureza. Nesta, ganha quem perde. Ganha a pessoa que perde para Deus.
À medida que perdemos, ganhamos, pois nos tornamos sensíveis à direção que Deus deseja dar à nossa vida. É dessa forma que vamos sendo envolvidos em Seus propósitos e podemos participar do que Ele deseja fazer. Mas, seja o que for, sempre envolverá a nossa própria transformação. Andar com Deus nos levará, inevitavelmente, a experimentar mudanças. O modelo é Jesus – seremos desafiados a nos tornar mais parecidos com Jesus. A amar a Deus mais que tudo e ao próximo como a nós mesmos. A nos entristecer com o mal e nos comprometer com o bem. A não confiar em nós mesmos, mas na Graça de Cristo, que nos torna filhos de Deus! E a fazer de nossa fé a escolha diária de viver como discípulos de Jesus. Sem Deus lutaremos lutas erradas, da forma errada e, mesmo convencidos de que ganhamos, teremos perdido. Mas, com Cristo, seremos sempre mais, muito mais que vencedores (Rm 8.37-39).
ucs