Vitória da Conquista

Vitória da Conquista

Primavera de 1984, ali estava eu, pela primeira vez nesta cidade que faz parte de minha história. E tudo se me mistura ali, minha juventude, meu início de namoro, cenário rural respirando ar fresco e limpo e sendo surpreendido pela esmagadora vastidão da fazenda de café, nesta região que as estrelas fazem sentido, pois são sempre visíveis, e eu
presente, entre o que fui e o que sou hoje, e sei que Conquita cresce e eu encolho e nas
minhas memórias estão misturadas vários momentos e frases, lembro que minha sogra quando chegava a Conquista dizia ” Minha caixinha de joias.”

Do último São João organizado por ela na fazenda, tão animado , do cheiro de comida na roça. Lembro da primeira foto no Cristo Crucificado de Mario Cravo é uma cidade de clima frio; com hábitos de sulista, estive na praça do Gil e também o Conquista Center, senti o movimento nas ruas saindo com meu sogro na sua camionete Chevrolet novinha fruto da boa safra de 1986, onde fomos a feira que tinha muita fartura, e conheci o delicioso queijo primavera.

Uma das coisas que fascinam na cidade é estar localizada a quase mil metros de altura e se espalha pelos vales e suas casas coloridas cintilam sob o céu metálico. Os galos do amanhecer surprendiam.

Meu sogro, no auge dos sessenta, o olhar vivo, a pele bronzeada, a mandíbula firme, tinha uma certa segurança, uma vontade de agir e de seguir em frente, na fazenda de café.

Existe um suprimento infinito para qualquer um que tenha imaginação, e sei que quanto mais leio e escrevo,as ideias caem como confete ao meu redor,e a minha única dificuldade é decidir qual aproveitar e qual deixar cair no chão.

Finalizando lembro que meu sogro viajava para Salvador no raia do dia, com a camionete cheia de frutas e queijos. Se eu ficar no passado, perco o presente e, agora, o mundo real chegou.

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