Operação começou nesta quarta com 23 carros; outros 15 são esperados. Prefeitura diz que medida pode abastecer 5.800 famílias da região.
Vitória da Conquista, cidade localizada na região sudoeste da Bahia, começou nesta quarta-feira (16), uma operação para atender a sete dos 11 distritos do município que ficam localizados no semiárido baiano, região afetada pela seca que atinge o estado. Segundo as informações da Defesa Civil do município, 23 caminhões pipa iniciaram a ação que pretende atender a uma demanda de 5.800 famílias, divididas em 137 povoados.
De acordo com Rosa Freiras, coordenadora da Defesa Civil da cidade, os caminhões são financiados pelo Ministério da Integração Nacional, que liberou na terça-feira (15), mais 15 veículos. A prefeitura não tem a informação de quando os novos caminhões chegarão, mas, segundo a coordenadora, “espera-se que seja em caráter emergencial”.
Ainda segundo Rosa Freitas, são distribuídos 20 litros de água por dia para cada morador das regiões afetadas. “A água é tratada e deve suprir com as necessidades básicas dessa população durante o período de estiagem que vivemos”, diz a coordenadora.
Economia de água
A coordenadora da Defesa Civil diz que a economia de água pode ser um dos principais colaboradores nesse momento de seca do estado. “A economia é importante em qualquer época, mas em momentos críticos como este é muito mais importante. Queremos faze rum apelo, mesmo, para que as pessoas lembrem que neste momento o que mais importa são as necessidade essenciais, e evitem lavar os carros, irrigar as plantas sem a real necessidade, que evitem desperdiçar”, frisa Rosa Freitas.
Na terça-feira (15), a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) começou a fazer o racionamento de água em Vitória da Conquista, porque a barragem que abastece a cidade está com pouco mais da sua capacidade de água.
Seca
Já chega a 238 o número de municípios da Bahia em situação de emergência por causa da seca. Além dos prejuízos para as lavouras e a produção econômica do estado, a festa de São João 2012, um dos festejos mais tradicionais do estado, está comprometida em 37 dos 417 municípios baianos, segundo informou na quinta-feira (10) a União dos Municípios da Bahia (UPB). Vinte cidades baianas cancelaram o evento e 17 reduziram a programação dos festejos, de acordo com a UPB. Até agora, 223 municípios do estado decretaram situação de emergência.
Prejuízos de R$100 milhões
O governo da Bahia, através do Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícula, calcula que os prejuízos com a seca no estado até hoje cheguem a quase R$ 100 milhões. As pastagens secas castigam praticamente todo o rebanho de caprinos, o maior do país com 15 milhões de cabeças. A produção leiteira também sofre.
No norte do estado, uma das regiões mais atingidas, os produtores de feijão lamentam as perdas. “Todo ano a gente colhe em um hectar seis a oitos sacos de caroços. Esse ano está desse jeito”, disse um agricultor.
Os números são da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA). Segundo o órgão, o prejuízo no estado com a seca pode chegar a um bilhão de reais nos próximos sessenta dias, caso o cenário atual não mude. Os setores mais atingidos pela seca, ainda de acordo com a EBDA, são o da pecuária. Até agora, houve um déficit de cerca de R$ 560 mil por causa da morte de bovinos e de aproximadamente R$ 302 mil com a redução do peso do gado. Os prejuízos com a redução na produção de leite no estado passa dos R$ 100 mil.
Duzentos e trinta e oito municípios baianos estão em situação de emergência por causa da seca, a pior dos últimos 47 anos.
Fonte: Do G1 BA