Vitória da Conquista: Pai de bebê sequestrado é preso

O caso da bebê Laila Dias Santos, de nove meses, sequestrada por um desconhecido no último dia 29, da residência dos pais, no Povoado de Matinha (cerca de 50 quilômetros de Vitória da Conquista), no sudoeste da Bahia, deu uma reviravolta no final da manhã desta terça-feira, 6, com a prisão de Paulo César Santos, 27, pai da criança.

Ele foi detido devido a um mandado expedido desde 2006, por homicídio cometido contra Carlos Alberto Silva Santos. “No decorrer das investigações notamos que ele estava se esquivando e isto nos chamou atenção. Ontem (segunda-feira), conseguimos levantar este mandado, que ele responde a processos por homicídio e assalto à mão armada”, informou o delegado da 10ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), Odilson Pereira.

Agora, a polícia começa a investigar se Paulo Cesar, que trabalha com carga e descarga de caminhões, tem envolvimento com o desaparecimento da filha. No momento do sequestro, os pais não estavam em casa, o que segundo os parentes, teria facilitado a ação criminosa, “Esse fato novo pode ajudar nas nossas investigações. Tudo pode acontecer e não iremos descartar nenhuma hipótese”, frisou Pereira.

O delegado informou que o pai, em depoimento, revelou que um vizinho quis adotar a menina quando era recém-nascida. “Isto abre um leque de possibilidades para este caso, que até nem pode ser sequestro e sim outros crimes, mas vamos ouvi-lo com calma e, quem sabe, conseguiremos obter alguma informação”, destacou.

Falta de testemunhas – Responsável pelas investigações, o delegado Suzano Sulivan, titular da 1ª delegacia, informou que o caso é classificado como sequestro, mas sem uma motivação esclarecida. “Subtrair alguém é sequestro, mas não acredito que seja extorsão mediante sequestro, que é quando é pedido resgate, até porque a família não tem bens e nem dinheiro”, explicou.

Ele destacou que a maior dificuldade no caso é a falta de testemunhas, já que o garoto de 8 anos irmão do bebê não soube passar muitas informações para a polícia. “O garoto ficou com medo e não disse muita coisa e ninguém realmente viu o momento do sequestro. É um caso difícil”, enfatizou.

Ainda de acordo com Sulivan, a hipótese de trocar de bebês no hospital da cidade foi descartada. “Fomos ao hospital e na casa da outra família, e não há nada de concreto que confirme a troca, até porque a Laila não tem nenhuma característica da outra família. Acreditamos que a mãe ficou impressionada com algo que alguém falou.”

Tráfico de pessoas – O coordenador da 10ª Coorpin disse que não há confirmação de que o sequestro de Laila esteja ligado ao tráfico de pessoas ou adoções ilegais. Ele revelou que durante as investigações se descobriu que outro bebê foi “vendido” pelos pais logo após o nascimento, o que é crime.

“Este caso ocorreu no mês passado também na zona rural, mas estamos mantendo o sigilo para que não atrapalhar as investigações que estão sendo feitas em sigilo. Logo apresentaremos os resultados destas investigações”, afirmou Odilson Pereira.

 

Fonte: Alean Rodrigues/A Tarde

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