Em vinte um de dezembro entramos oficialmente no verão. O céu de verão reflete as cores tal qual uma melodia que jamais pode ser reproduzida, principalmente, no pôr do sol.
Sob os intensos raios solares, agora com o aquecimento global alguns graus acima da média, tudo que vemos parece brilhar como uma lua azul e o céu que desponta, neste início de verão, entre os prédios altos, parece a tela azul e uniforme de um computador. Todas as coisas estão envolvidas pelo calor, e quando respirávamos, as narinas sentem o ar quente, e quando ficávamos parados, toda a pele parece absorver paulatinamente este calor.
O mês de dezembro foi passando, como se caixas brancas de mesmo peso fossem ordenadas de forma simples, em linha reta. A parte do corpo acima do pescoço, onde são geradas emoções como tristeza e dor, parece paralisada, e eu tenho a sensação de ser um simples corpo físico. E este corpo físico sente calor.
Os ricos vivem em outro mundo, como no reino encantado de Nárnia. As mansões perto do mar tem o aroma daquela doce mistura de brisa oceânica e sorte, dar para perceber uma nota de carros de luxo, arte e aqueles panos macios que as pessoas ricas deixam empilhadas no sofá.
Algo existe num dia de verão,
No lento apagar de suas chamas,
Que me impele a ser alegre.
Esta fundura, este azul.
Há, também, numa noite de verão,
Algo tão brilhante e arrebatador
Tornado a realidade tão cruel que vivemos mais leve.