A caça ilegal de animais silvestres é um crime e uma das práticas mais prejudiciais para a biodiversidade, especialmente em regiões de alta riqueza ecológica, como a Mata Atlântica no Sul da Bahia. Desde 2006, a Veracel Celulose, empresa que opera em 11 municípios da região e é responsável pela proteção de oito Áreas de Alto Valor de Conservação (AAVC), que somam mais de 9,5 hectares, já identificou quase 13 mil ocorrências de caça em áreas de mata nativa monitoradas pela empresa. A empresa trabalha intensamente na conscientização da comunidade sobre os impactos dessa prática, que ameaça a sobrevivência de inúmeras espécies e compromete o equilíbrio dos ecossistemas locais.
“Nossas equipes, especializadas no monitoramento da biodiversidade dessas áreas, são devidamente treinadas para identificar e desarmar armadilhas, permitindo que realizem seu trabalho em segurança e protejam a fauna local. Anualmente, somente nessas áreas, registramos centenas de indícios de caça, que variam desde armadilhas, localização de armas e acampamentos de caçadores até vísceras de animais”, explica Gildevanio Pinheiro dos Santos, Supervisor Ambiental da Veracel.
A caça persiste devido a questões culturais de subsistência, bem como práticas comerciais e esportivas. Essa atividade, proibida desde 1967 e considerada criminosa desde 1988, contribui para o empobrecimento da biodiversidade, um processo conhecido como defaunação, caracterizado pela rápida e significativa perda de espécies da fauna. “A nossa região é muito rica em biodiversidade e esse ambiente acaba deixando as espécies mais vulneráveis a ação dos caçadores, potencializando o processo de extinção de espécies”, explica o supervisor.
As ocorrências de caça são identificadas pelas equipes da Veracel, além de serem capturadas pelas câmeras trap usadas para monitorar os animais durante a noite, quando frequentemente registram a presença de caçadores e cães de caça.
Assim como nas áreas de Alto Valor de Conservação ambiental, as áreas de plantio de eucalipto da empresa também são invadidas por caçadores. De 2019 a 2023, foram registradas mais de 3 mil ocorrências de caça. As equipes que fazem o monitoramento patrimonial dessas áreas atuam com segurança caso se deparem com armadilhas e possuem diversas tecnologias de apoio, como body cams, rastreadores, monóculos termais e câmeras veiculares. A Veracel também utiliza drones para o monitoramento de suas áreas e conta com uma Central de Monitoramento para o acompanhamento das notificações e alertas.
A degradação de recursos naturais por meio da caça e do desmatamento afeta diretamente a agricultura, pecuária e pesca, reduzindo a produtividade e gerando desemprego, o que agrava a pobreza e a desigualdade social. Além disso, a caça compromete a saúde pública, com o aumento de doenças e a insegurança alimentar, enquanto a destruição de ecossistemas prejudica o turismo e desvaloriza imóveis, impactando negativamente a economia local. Esses crimes também estão associados a outras formas de criminalidade, como o tráfico de armas e grilagem de terras, aumentando a insegurança na região, o que aumenta ainda mais os desafios de fiscalização e proteção da fauna. “Por essa razão, mantemos uma estreita colaboração com as autoridades públicas, entregando as armas e equipamentos encontrados, além de realizar diversas campanhas de conscientização junto às comunidades sobre os perigos dessa prática. Com ações educativas e parcerias estratégicas, a Veracel reafirma seu compromisso com a proteção ambiental e a segurança da comunidade,” explica Flavio de Souza, coordenador de Inteligência Patrimonial da empresa.
Um exemplo do esforço da Veracel na conscientização da população é o Programa Amigos da Fauna, que promove ações educativas com seus funcionários e a população local sobre as espécies da região e a importância de proteger a fauna nativa.
A Veracel também é uma das parceiras do Encontro dos Gestores das Polícias Militares, que está sendo realizado em Eunápolis desde esta quinta-feira (15). A empresa participa com palestras e exposição no evento para compartilhar as experiências de sua equipe de monitoramento de ocorrências de caça com a força policial presente na ocasião, além de temas relacionados a incêndios e a soltura de gado em áreas de preservação.
Outros pontos de atenção
Além da caça, duas outras ocorrências também ligam o sinal de alerta no Extremo Sul baiano: a criação clandestina de gado e sua soltura em áreas de conservação e os casos de incêndio.
No caso da soltura de gado em áreas de preservação, a presença dos animais prejudica nascentes e cursos de rios, além de provocar a destruição de áreas de vegetação natural devido ao pisoteio do solo.
Já a incidência de focos de incêndio, além dos danos ambientais e patrimoniais, causa impactos severos para a saúde humana, podendo resultar em intoxicações. Há também efeitos econômicos e sociais, com aumento nos atendimentos hospitalares e gastos gerais da população com a saúde.
A Veracel reforça a importância de que, caso a comunidade identifique qualquer foco de incêndio nas áreas da empresa, acione gratuitamente o telefone da Rede de Percepção de Fogo da empresa pelo número 0800 799 9802.