Vendedor ambulante

Vendedor ambulante

Todas as pessoas têm sua história e os vendedores ambulantes vão pelos caminhos, oferecendo suas mercadorias, peregrinos do comércio, sem bússola nem rumo fixo, anunciando aos berros seus produtos, com lábios rachados como o dos coelhos e uma vontade insuportável de se sentar à sombra nas praias.

Valter, com histórias de pobrezas e injustiças acumuladas, lá estava ele, vendedor de queijo coalho, há quinze anos na Praia do Forte, na busca de seu próprios dinheiro, a grana que ia resolver tudo, até o grande “não” da dureza, de não ter dinheiro, sai de Águas Claras as quatro da manhã, após comprar no dia anterior sua mercadoria e levar no ônibus o fogareiro.

Na Praia do Forte, compra o carvão e vai pelas praias, com sol a pino, circulando até terminar o produto, sendo a verdade do ambulante uma história sofrida de luta pela sobrevivência, e sei que pelas extremas carências que tem, apresenta dificuldades de exercer sua cidadania.

Sua autonomia de decisão é escassa e tênues são suas vontades. Em consequência, submete-se, como ente passivo, a demagogia dos discursos dos políticos, na sociedade do conhecimento em que passamos a viver, desde os anos setentas, o mundo deixou de ser dividido entre pobres e ricos para ser distinguido entre pessoas que sabem e as que não sabem.

Em outras palavras: pessoas educadas e pessoas sem educação, ele como vendedor ambulante não terminou o primeiro grau, exceções existem como a do bilionário Silvio Santos que quebrou a corrente do destino pobre.

*João é natural de Salvador, onde reside. Engenheiro civil e de segurança do trabalho, é perito da Justiça do Trabalho e Federal. Neste espaço, nos apresenta o mundo sob sua ótica. Acompanhe semanalmente no site www.osollo.com.br.

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