As vendas de veículos voltaram a cair em setembro, após agosto ter registrado o melhor resultado em 20 meses. Foram comercializadas 194 mil unidades, uma queda mensal de 7%, segundo dados divulgados nesta terça-feira (4) pela Fenabrave (associação das concessionárias).
Na comparação anual, com setembro de 2021, as vendas cresceram 25%. A Fenabrave diz que a queda ante agosto pode ser explicada pelos 2 dias úteis a menos no mês passado, pois na média o ritmo diário de setembro (9,2 mil veículos) ficou um pouco acima do apurado no mês anterior (9,1 mil).
Também diminuiu a falta de componentes eletrônicos para a produção de veículos — que vem afetando o setor automotivo há meses por causa da pandemia e é um das principais responsáveis por frear as vendas atualmente.
Ainda que o fornecimento desses componentes continue irregular, as paradas de produção nas montadoras estão se tornando menos frequentes, e a indústria está conseguindo aumentar as entregas ao consumidor comum e às locadoras de carros.
Com isso a oferta de modelos nas lojas tem melhorado, embora o problema ainda afeta algumas fabricantes. Outros problemas para o setor são os juros altos e a dificuldade para conseguir crédito, porque os bancos estão mais seletivos, segundo analistas.
Na outra ponta, a redução das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) ajuda a dar sustentação ao mercado.
Foram comercializadas 1,5 milhão de unidades neste ano, e as vendas no acumulado até setembro ainda estão em queda (-4,7% na comparação com o mesmo período do ano passado). Mas o ritmo de queda diminuiu, pois estava em 8% no acumulado até agosto.
Vendas por segmento
No segmento de automóveis e comerciais leves, as vendas somaram 181,6 mil unidades em setembro e caíram 6,6% na comparação com agosto, mas cresceram 26,9% ante o mesmo mês do ano passado (as vendas totais de veículos incluem também caminhões e ônibus).
Segundo a consultoria Bright, grande parte do desempenho do setor continua sendo puxado pela vendas diretas —para frotistas, locadoras, etc. Elas foram responsáveis por 53% dos negócios em agosto e mais 50,5% em setembro.
Os utilitários-esportivos (SUVs) representaram 34,5% das vendas do mês passado, seguidos pelos hatchbacks (32,5%) e as picapes (17,5%). A participação de eletrificados continua em alta e chegou a 3,4% dos negócios, segundo a Bright.
Marcas e modelos
A Fiat mantém sua liderança no acumulado do ano, com 21,8% de todos os automóveis e comerciais leves vendidos no Brasil. Na sequência estão General Motors (14,5%), Volkswagen (13,1%), Hyundai (9,9%) e Toyota (9,8%).
Na lista dos modelos mais vendidos entre janeiro e setembro estão o Fiat Strada (86 mil unidades), o Hyundai HB20 (70,7 mil), o Chevrolet Onix (60,6 mil), o Volkswagen Gol (53 mil) e o Chevrolet Onix Plus (51,8 mil).
Veículos usados
No caso de veículos usados, a Fenauto (federação dos revendedores) diz que foram vendidos cerca de 1,2 milhão de unidades em setembro, com alta de 3,5% na média diária ante agosto.
Houve aumento expressivo na procura por modelos seminovos (de 0 a 3 anos), segundo a federação, com um crescimento de 20% no mês passado (para 212,7 mil unidades).
Apesar da alta nas vendas no mês passado, os 9,77 milhões de seminovos e usados comercializados no ano ainda representa uma queda de 15,6% contra o mesmo período de 2021.