Valores da aprendizagem cidadã

HAMILTON FARIAS DE LIMA

Professor universitário

Valores da aprendizagem cidadã

“Viva como se fosse morrer amanhã. Aprenda como se fosse viver para sempre”, Mahatma Gandhi (1869- 1948)

A realidade dos tempos atuais, num quadro de formação, mercado de trabalho e vida social, apresenta-se extremamente complexa e exigente quando se observam o exercício das atividades humanas e a diversidade do conhecimento nos diferenciados campos do saber. Há um continuum de mudan- ças crescentes, a cada dia se avolumando e se transformando em desafios a serem considerados, o que reclama de cada um e de todos cuidadosa reflexão para sua devida compreensão.

E com o pensamento voltado para o amanhã, em consequência, quais as perspectivas do viver com qualidade e equilíbrio social, ou seja, com a bem-vinda harmonia para todos? Certamente a resposta está no domínio mínimo dos saberes, via aprendizagem, a que ninguém poderá furtar-se e, de forma ágil e conveniente, utilizá-los!

Impressionante é constatar os avanços tecnológicos e outros, bem como as apropriações recentes por grande parte da população, como se verifica desde o final do último século e início do atual, uma verdadeira revolução nos costumes ocorrida há pouco mais de uma geração, com viés transformador da maneira de ser até então dominante!

Em decorrência, questiona-se: serão avanços reais, novos valores ou simples modismo? Faz-se, assim necessário, observar-se em paralelo quais devem ser acatados ou não de forma a integrá-los como resultante da mudança social, dos novos tempos e dos saberes, em direção à desejável formação/atividade profissional e ao convívio social dos novos tempos!

Afinal, quais competências devem ser adquiridas, somadas ou não aos talentos que cada indivíduo traz consigo desde o seu nascer e desenvolvê-los para uma trajetória social – mais servindo do que se servindo -, de forma desejável, com um mínimo de sucesso e dignidade?!

O insigne jurista Ruy Barbosa, em sua peça oratória Ora- ção aos Moços, entre tantas outras observações aos formandos da Faculdade de Direito de São Paulo, no início do século passado, a eles assim se dirigiu:

“Oração e trabalho são os recursos mais poderosos na criação moral do homem. A oração é o íntimo sublimar−se d’alma pelo contacto com Deus. O trabalho é o inteirar, o desenvolver, o apurar das energias do corpo e do espírito, mediante a ação contínua de cada um sobre si mesmo e sobre o mundo onde labutamos. O indivíduo que trabalha acerca−se continuamente do autor de todas as coisas, tomando na sua obra uma parte, de que depende também a dele. O criador começa, e a criatura acaba a criação de si própria. Quem quer, pois, que trabalhe, está em oração ao Senhor”.

E mesmo assim, em face os imperativos da contínua mudança apregoada pelo filosofo Heráclito, que a aprendizagem de cada um se faça não apenas à luz da ciência, da tecnologia e do mais que disponível houver a fim de tornar o homem suficientemente competente para superar os desafios da atualidade e do amanhã, sem, no entanto, descurar-se dos valiosos caminhos lastreados pela ética e pela moral, indispensáveis à aprendizagem cidadã. Valores da aprendizagem cidadã “

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