Útil ou amado?

 

 

“Pode alguém ser útil a Deus? Mesmo um sábio, pode ser-lhe de algum proveito?
Que prazer você daria ao Todo-poderoso se você fosse justo? Que é que ele ganharia se os seus caminhos fossem irrepreensíveis?” (Jó 22.2-3)

O texto de hoje vem de Elifaz. Mas, do que ele está falando se até agora seus discursos e dos outros amigos de Jó eram justamente sobre a necessidade de Jó ser justo e íntegro?! Como agora simplesmente diz que não adiantaria nada a justiça de Jó? Elifaz pensa como a partir de uma fé funcional. Tudo é uma questão de utilidade. Mas Jó não. Ele se sente ligado a Deus. Sua relação com Deus é visceral, emotiva, de um tipo que promove encontros e convivência, e não uma fé de causas e efeitos, sacrifícios e resultados, méritos e prêmios. A fé de Jó é relacional e isso parece que Elifaz não consegue entender. Então ele tenta ensinar algo a Jó sobre como “como as coisas são”.

“Quem tem valor para Deus? Diante de suas melhores intenções e, ainda que você fosse perfeito em tudo, Deus não estaria nem aí! Afinal, Ele não precisa de você para nada!” A devoção de Elifaz é com um Deus distante, pragmático, sem afeição ou sensibilidade. Ser correto e justo é uma obrigação para se ser abençoado. Mas não se deve esperar nada mais que isso. Mas as coisas não são assim, pois o Deus da fé cristã nos deu de sua própria natureza e atribui a nós valor acima de qualquer coisa. Ele nos ama e de tal maneira que nos enviou Jesus. Jó é pré cristão, mas Deus é o mesmo! O parâmetro de Elifaz não poderia estar mais distante do caráter de Deus! Não é uma questão de ser útil, mas de ser amado!

Jesus é o “Deus Conosco”, o Deus que veio em nossa direção e o fez por amor. Um cristão deve aprender novas atitudes e comportamentos, deve dizer “não” ao que desagrada a Deus, o que significa dizer “não” a si mesmo muitas vezes. Um cristão deve demonstrar um padrão ético equivalente à retidão de Deus e muitas outras coisas. Mas nada disso um cristão procura fazer para ser amado, mas porque é amado. É quando cremos no amor incondicional de Deus que encontramos libertação para ser nós mesmos. E é este o ponto de partida para nos tornamos alguém melhor! Está aí a diferença entre religiosos cristãos e religiosos apenas. Por fora pode ser pouca diferença, mas por dentro são seres com motivações completamente diferentes. Um é Jó e outro, Elifaz.

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