Novo sistema inteligente permitirá visualização em 3D da usina, além de permitir análise de risco com definição das ações de manutenção prioritárias
A usina Hidrelétrica de Itapebi é a primeira a receber o sistema inteligente de gestão de Planos de Segurança de Barragens (PSBs). A iniciativa é um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Neoenergia, controladora da Coelba, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A ferramenta, que está sendo desenvolvida em parceria com o Lactec, usa tecnologia georreferenciada e algoritmos inteligentes, unificando os processos e informações previstos nos planos de segurança em uma única plataforma, de forma a simplificar, dar agilidade e maior assertividade às ações.
Entre os diferenciais do sistema, está a visualização em 3D da usina, além da análise de risco com definição das ações de manutenção prioritárias.
Desde 2010, a Lei nº 12.334 institui a Política Nacional de Segurança de Barragens, que determina que empreendimento com estruturas para acumulação de água – como é o caso das hidrelétricas – possuam Planos de Segurança de Barragens (PSBs) e Planos de Ações Emergenciais (PAEs).
Esses documentos podem chegar a possuir cerca de 30 mil arquivos, entre projetos, análises e relatórios. O que o sistema criado pela Neoenergia vai fazer é integrar todas essas informações de forma prática e facilmente acessível.
A inovação possui dois diferenciais decisivos: a modelagem 3D georreferenciada, o que facilitará a visualização e análise dos dados da barragem, e a análise de risco, que leva em consideração o histórico das ações já realizadas.
“O resultado disso é um aprimoramento da gestão, possível a partir dos dados que oferecem subsídio para as tomadas de decisão em relação às ações preventivas e corretivas, além de dar maior agilidade de resposta a eventos críticos. Além disso, irá reduzir o tempo de inspeções, melhorar a confiabilidade dos processos e aumentar a previsibilidade de eventos com potencial de risco”, afirma o engenheiro de segurança de barragens da Neoenergia e gerente do projeto, Luiz Gustavo Westin.
Ele destaca que a tecnologia também dará mais transparência aos processos para a Aneel, que realiza uma fiscalização periódica das barragens, já que a plataforma permite a criação de diferentes perfis de acesso.
NA PRÁTICA
Os dados e informações já existentes no histórico de manutenção e inspeções são essenciais para que o sistema seja eficiente. É esse registro que permite uma análise de risco priorizando as ações a partir de cada evento.
Quando a plataforma estiver em uso, os técnicos poderão atualizar os dados diretamente no sistema ao fazerem as inspeções em campo com o suporte de tablets.
Além do papel do colaborador, são importantes os dados fornecidos pelos equipamentos que auxiliam no monitoramento das estruturas, como pressão e nível da água e movimentações em pontos estratégicos.
Todas essas informações se combinam para reforçar a confiabilidade de práticas que já fazem parte da rotina da usina atualmente. “O Plano de Segurança de Barragens estabelece ações em relação ao monitoramento, manutenção e inspeções. Cada anomalia ou recomendação é classificada em relação à sua influência no comportamento da estrutura e na gestão de risco, permitindo assim que sejam identificadas ações e prazos para as atividades. O que iremos fazer é tornar essas ações mais interativas com priorização ‘automática’, tomando como base os históricos de manutenção, as leituras dos instrumentos associados e uma análise do comportamento estrutural da barragem em detrimento do modo de falha analisado”, explica o engenheiro civil e pesquisador do projeto, Gustavo Salum Andrade.
O projeto piloto está em desenvolvimento e deve se estender até 2022.