Com o objetivo de melhorar o fluxo de atendimento na unidade, a direção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Teixeira de Freitas fez uma adequação ao modelo de classificação, por meio de cores, já utilizado. O protocolo, que é uma orientação do Ministério da Saúde, aponta o tempo mínimo de atendimento para cada paciente que procura a unidade, sinalizando um potencial risco de morte, agravos à saúde ou o grau de sofrimento.
Segundo a diretora da UPA, Valéria Forza, a intenção é melhorar e humanizar ainda mais o atendimento. “Percebemos que muitos pacientes chegavam à unidade sem saber qual o seu quadro clínico, e isso os fazia pensar que poderia ser uma situação mais grave. Então decidimos mudar o fluxo da classificação para que ele passe pela pré-triagem antes mesmo de fazer a ficha”, explicou.
A mudança já está aprovada pelos usuários. Seu Domingos Novais notou a diferença no atendimento. “Agora a gente chega e já é avaliado pela moça, e ela já fala como está a pressão, como está a glicose. A gente fica mais tranquilo sabendo que está tudo controlado e que não é grave”, disse Domingos.
Para o coordenador de enfermagem da UPA, Washington Meirelles, esta mudança impactou positivamente a qualidade no atendimento. “Agora conseguimos identificar com mais rapidez pacientes potencialmente graves, e esse paciente, se tiver alteração dos sinais vitais, no momento da triagem já é levado para a sala vermelha onde é avaliado rapidamente”.
O protocolo de classificação
A identificação é feita pela equipe de enfermagem da unidade. Após a avaliação, os Boletins de Atendimento Médico já recebem cores que identificam o grau de risco:
Vermelha – indica risco altíssimo, com necessidade de atendimento imediato, tendo prioridade entre os demais. A previsão é de que o atendimento aconteça em até 10 minutos. Exemplos: Politraumatizado grave – lesão grave de um ou mais órgãos e sistemas; queimaduras com mais de 25% de área de superfície corporal ou com problemas respiratórios; trauma cranioencefálico grave; estado mental alterado ou em coma, com histórico de uso de drogas; comprometimentos da coluna vertebral; desconforto respiratório grave; dor no peito associada à falta de ar; crises convulsivas (inclusive pós-crise); intoxicações exógenas ou tentativas de suicídio; reações alérgicas associadas à insuficiência respiratória; complicações de diabetes (hipo ou hiperglicemia); parada cardiorrespiratória; hemorragias não controláveis; alterações de sinais vitais em paciente com sintomas diversos. Ou seja, pacientes em risco iminente de morte.
Amarela: significa urgência e demanda atendimento rápido, que deve acontecer em até 30 minutos. Exemplos: politraumatizado sem alterações de sinais vitais; trauma cranioencefálico leve; convulsão nas últimas 24 horas; desmaios; alterações de sinais vitais em paciente sintomático; idade superior a 60 anos; hemorragia moderada (controlada) sem sinais de choque; vômito intenso; crise de pânico; dor moderada; pico hipertensivo. Isto é, pacientes que estão se sentindo mal, mas não correm risco iminente de morte.
Verde: indica menor urgência, casos em que o paciente pode aguardar atendimento. Nessa situação, o atendimento pode acontecer no prazo de 120 minutos. Exemplos: asma fora de crise; enxaqueca – pacientes com diagnóstico anterior de enxaqueca; estado febril sem alteração nos sinais vitais; resfriados e viroses sem alteração nos sinais vitais; dor leve; náusea e tontura; torcicolo; hemorragia em pequena quantidade controlada (sem sinais de instabilidade hemodinâmica); drenagem de abscesso.
Azul: indica paciente sem urgência, aqueles que poderiam ser atendidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Nesses casos, o atendimento pode ser realizado em até 240 minutos. Exemplos: queixas crônicas sem alterações agudas; unha encravada; troca de sondas; aplicação de medicação externa com receita.
Quando procurar a UPA
A UPA presta atendimento resolutivo e qualificado aos pacientes acometidos por quadros agudos de natureza clínica. Presta o primeiro atendimento aos casos de natureza cirúrgica e de trauma, estabilizando os pacientes e realizando a investigação diagnóstica inicial para definir a conduta necessária para cada caso. Garante o referenciamento dos pacientes que necessitarem de atendimento.
Veja exemplos de quando você deve procurar uma UPA: febre alta, acima de 39 graus; fraturas e cortes com pouco sangramento; infarto e derrame; queda com torsão e dor intensa ou suspeita de fratura; cólicas renais; falta de ar intenso; crises convulsivas; dores fortes no peito; vômito constante.