“Hominem augere” (Elevação do homem: lema do brasão da Uneb).
Neste 1º de junho de 2013 ocorreu um fato histórico, relevante, a ser evocado por um grande número de cidadãos baianos, pioneiros atentos à causa da educação superior no Estado da Bahia, em consequência das disposições da Lei Delegada nº 66, de 01 de junho de 1983, que criou a Universidade do Estado da Bahia (Uneb), e alcançando 12 anos após o seu reconhecimento através da Portaria nº 909, de 31 de julho de 1995, do Ministério da Educação.
Sua estrutura atual remonta à Lei nº 7.176, de 10 de setembro de 1997, que a reorganizou em um modelo binário representado por dois grandes blocos: a Administração Superior (Reitoria, Pró-Reitorias, Consu, Consepe, Consad e vários órgãos auxiliares) e os Departamentos, estes imaginados como espaços setoriais da gestão e vida universitária em que a educação superior, com autonomia administrativa, acadêmica e financeira, se efetiva na tríade ensino (graduação e pó-graduação), pesquisa e extensão, desejavelmente de forma sempre associada.
Até os primeiros anos da década de 80 do século passado, a oferta principal e quase única de educação superior baiana encontrava-se aportada em Salvador, em contraponto às reais necessidades do Estado e que eram inúmeras. A dimensão territorial baiana, suas potencialidades e as ações voltadas para o seu progresso, induziam para caminhos apontados em direção ao interior que, apenas, contava com ofertas de cursos isolados em algumas cidades mantidos pela Secretaria de Educação. Iniciativas consideradas de pouca efetividade, porque insuficientes no ato de satisfazer as diferentes demandas baianas, até mesmo das necessidades básicas docentes de suas redes escolares estadual e municipal.
O modelo espacial (multicampi) e sua concepção acadêmica (departamental), defendidos engenhosamente pelo prof. Edvaldo Boaventura, à época Secretário de Estado da Educação, se assentam numa idealização focada na geografia territorial da Bahia, no atendimento e respeito às suas identidades regionais, portanto na complexa dimensão político-social antevista e das imperiosas necessidades para seu futuro. A Universidade assim percebida, com suas licenciaturas e bacharelados, na perspectiva de ensino, extensão e pesquisa, ofertaria às comunidades interioranas ferramentas específicas destinadas a contribuírem para o seu progresso, via estruturas de ensino implantadas em cidades-polo das diferentes Regiões do Estado.
Além dos estudos prévios das carências e oportunidades para a expansão do ensino superior, a concepção universitária idealizada em modelo apropriado para todas as regiões baianas, assestou-se ainda numa visão experienciada por Boaventura no Canadá, com a Universidade de Québec, além de outras instituições brasileiras, à época, como a Universidade Federal da Paraíba e a Universidade Estadual de São Paulo, todas de natureza multicampi.
(continua)