“A lei do Senhor é perfeita, e revigora a alma.” (Salmos 19. 7a)
Se o contato com a natureza já nos servem de inspiração para um relacionamento cotidiano com Deus, como pode ser visto nos versos 1 a 6 deste mesmo salmo, ainda mais abençoados somos por termos acesso às Escrituras que, para nós que cremos, é a Palavra de Deus. Davi, durante o tempo de sua vida, teve mais natureza que Escrituras. E viveu os propósitos de Deus para sua geração (At 13.36). Foi um salmista, oferecendo orações e canções a Deus que até hoje nos inspiram, desafiam e edificam. O que este mundo pode esperar de nós, que vivemos hoje, e que temos tanta natureza e uma Bíblia completa, com 66 livros, mais de 31 mil versículos, como fonte de alimento espiritual? Não nos faltam recursos e oportunidades para buscarmos uma vida verdadeira com Deus, de modo que possamos honrá-lo e sermos benção para as pessoas. Aprendendo a viver e buscar o que mais importa: amar a Deus e às pessoas. Em lugar de infantilmente viver apegados ao que diferença alguma fará no reino dos homens, porque diferença alguma faz no Reino de Deus.
Nas Escrituras nos encontramos com o que Davi chamou de “a lei do Senhor”. Bem certamente o que o salmista tinha em mente eram os ensinos da Torá. Não necessariamente em seu formato escrito, mas em grande parte no que oralmente era transmitido. Com toda certeza ele tinha em mente o ensino do sacerdote Samuel, que o havia ungido rei e que foi tão importante na história de seu povo, sempre ensinando a lei do Senhor. Bem como as repreensões e admoestações de Natã, o profeta, cuja presença e autoridade espiritual marcaram seu reino. Pessoas que falaram a ele em nome de Deus. Ao ler o salmo hoje podemos sem receio de errar aplicar a expressão de Davi às Escrituras como um todo e tudo que nela expressa a vontade de Deus para nossa vida. Para que nossas escolhas e especialmente, para os valores que guiam nossa vida sejam aqueles exemplificados e ensinados por Jesus. Nas Escrituras encontramos orientações e limites para a vida. A lei do Senhor é perfeita, escreveu Davi. Paulo escreveu: a vontade do Senhor é perfeita (Rm 12.2). Eles escreveram falando da mesma coisa, caminhando na mesma direção.
A perfeição da lei do Senhor “revigora a alma”. Revigorar significa dar novo vigor, novo ânimo. Significa também tornar sólido, robusto, forte, seguro. Mas cuidado com um equívoco sutil: o de fazer da lei do Senhor um conjunto de regras. Pois a lei de Deus não é somente uma letra. Paulo admoestou: a letra mata, mas o Espírito vivifica (2 Co 3.6). E ele conhecia muito bem a letra e a morte que ela era capaz de causar. É sob a intervenção do Espírito que a lei do Senhor revela-se perfeita e nos revigora a alma. Ainda hoje isso é um problema: ainda há quem mate em nome de Deus inspirado pela letra e esquecido do Espírito. Mas, louvado seja Deus, há também aqueles cuja a vida no Espírito tem dado novo vigor a si mesmo e a outros, por meio da letra. Que você esteja entre estes. Que sua vida e sua alma revigorada, arejada, revele que tem encontrado a perfeição da lei do Senhor.