“Enquanto houver vontade de lutar, haverá esperança de vencer”, (Santo Agostinho, 354-430).
È privilégio do homem a introspecção que realiza sobre si mesmo e a tudo que lhe cerca, em caminhadas sonháticas que o conduzem às mais variadas direções, por conta dos seus anseios e fruto do seu pensar associado à(s) ideologia(s) que abraça. Não poderia, pela logicidade da razão, ser diferente até porque somente a ele é permitido a racionalidade, a compreensão cognitiva que transforma e o diferencia entre todos os seres viventes.
Mais que um privilégio ou, quem sabe, dom conferido em sua evolução, ao homem algo mais especial o compromete na construção social, na mudança perene a que está subjugado – uma destacada missão que vai de homo sapiens a homo faber -, num agir social transformador, a partir da consciência que preside os seus atos.
O homem-educador é parte desse eclético grupo de “pensadores/fazedores sociais” aos quais, mesmo observando-se os avanços da ciência/tecnologia, ainda persistem como indutores indispensáveis no meio em que labutam, esperança de muitos na escalada social pretendida e da qual são ferramentas insubstituíveis.
Nem sempre, no cotidiano do viver social, observam-se com exatidão os seus papéis, até porque se assim o fosse não lhes faltariam o apoio – que tanto buscam – para a missão de esperança a que se vinculam em decorrência da formação cidadã a que se propõem e diuturnamente perseguem, por vezes até descuidando-se de si para servir a outros.
A pedagogia de hoje indica, já a partir dos primeiros anos, a presença indispensável do homem-educador na formação do ser e assim, da pré-escola ao ensino superior, ele se faz presente, como a esperança mais que desejável pela iniciação do aprendente e, mais tarde, a passagem deste à condição de diamante lapidado, consolidação concretizada pela diplomação superior.
Já se afirmou, e ideologias a parte, goste-se ou não, que ao professor destina-se missão “sacerdotal” aqui traduzida como ato de servir sem se servir, demonstração de nobreza e esperança por uma sociedade mais igual à conta de sua atuação.
Quanto à questão suscitada, nem muito ao mar, nem muito à terra – muito menos aos céus e estrelas – porque é mister dar-se ao educador uma diferenciada atenção por tudo que ele representa e sem o qual a história demonstra: sem ele, a barbárie, a ignorância, o autoritarismo, a miséria, a violência encontram meios para se instalarem e destruírem a liberdade e ao próprio homem.